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Brasil/França

ONGs acusam empresários franceses de “estenderem tapete vermelho para extrema direita brasileira”

Um coletivo de ONGs publicou nesta quinta-feira (30) no jornal francês Libération um artigo na qual contesta a presença de empresários brasileiros em um fórum internacional previsto para 5 de junho no ministério da Economia e das Finanças da França. O texto afirma que os participantes do evento são “representantes das elites patronais que apoiaram a campanha de Jair Bolsonaro” e pede o boicote do Fórum.

Fazendo alusão à sede do ministério francês da Economia, o texto foi intitulado "Não deixemos Bercy estender o tapete vermelho para a extrema direita brasileira"
Fazendo alusão à sede do ministério francês da Economia, o texto foi intitulado "Não deixemos Bercy estender o tapete vermelho para a extrema direita brasileira" Reprodução / Libération
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O fórum é organizado pelo Medef Internacional, o sindicato do patronato francês, e faz parte da programação oficial da Semana da América Latina e Caribe na França. Segundo os signatários do artigo, foram convidados empresários brasileiros, mas também “representantes da coalisão no poder, como o general Carlos Alberto dos Santos Cruz”, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo da presidência do Brasil que, de acordo com o texto, “administra as privatizações das empresas públicas brasileiras”.

O artigo frisa que os organizadores do fórum apresentam o evento como um local de “oportunidades econômicas oferecidas pelo Brasil desde a chegada da extrema direita no poder, que implementa um programa de privatizações e quer abrir a Amazônia aos projetos industriais e a extração de minério”. Segundo o texto, “tal encontro significa especular sobre a desintegração da democracia no Brasil, a destruição dos recursos florestais e a violação dos direitos dos povos indígenas”. Para os signatários, os empresários franceses estariam “estendendo um tapete vermelho para a extrema direita brasileira”.

Inspirado no boicote de Nova York

A tribuna se inspira no movimento de contestação registrado este mês nos Estados Unidos, quando vários patrocinadores de um jantar de gala em Nova York, onde o presidente brasileiro receberia o prêmio de “Personalidade do Ano”, se retiraram do evento diante da pressão de ativistas. “Na mesma linha dos cidadãos nova-iorquinos, cuja mobilização permitiu a anulação de uma cerimônia em homenagem a Jair Bolsonaro, recusemos a realização no dia 5 de junho do VI Fórum econômico França-Brasil”, dizem os signatários.

O texto do Libération foi assinado pelas ONGs Act Up-Paris, Alerte France Brésil, Attac, Autres Brésils, Brasilien Initiative Berlin, CCFD-Terre Solidaire, Comitê dos amigos do Movimento dos Sem-Terra do Brasil, Comitê de solidariedade pelos Índios das Américas (CSIA-Nitassinan), Emmaüs international, Fibra (Frente Internacional Brasileiros contra o Golpe), Forschungs- und Dokumentationszentrum Chile-Lateinamerika (Berlim), France Libertés – Fundação Danielle Mitterrand, Planète Amazone, Rede europeia pela democracia no Brasil (RED.br), e US Network for Democracy in Brazil.

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