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França/Política

França: Militares votam mais na extrema direita para combater esquerda no poder

Um estudo divulgado nessa terça-feira (16) traça um perfil político dos militares franceses. O documento revela que a maior parte dos membros das Forças Armadas votou na extrema direita nas últimas eleições presidenciais e europeias.

Marine Le Pen, chefe da extrema direita francesa, conta cada vez mais com o apoio dos militares
Marine Le Pen, chefe da extrema direita francesa, conta cada vez mais com o apoio dos militares FRANCOIS LO PRESTI / AFP
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Intitulado Em quem votam os quartéis?, o estudo do instituto Ifop se baseou nos resultados dos últimos pleitos em regiões que reúnem muitos militares, como cidades com quartéis importantes ou zonas eleitorais próximas de quartéis. Os pesquisadores se interessaram pelo comportamento dos membros do Exército e Aeronáutica principalmente em pequenos municípios, o que segundo eles torna a análise mais pertinente, já que a presença militar é menos diluída na população.

Ao compararem os resultados de várias eleições, o Ifop constatou que os membros das Forças Armadas votam em sua maioria para a Frente Nacional, partido de Marine Le Pen, que mudou de nome no ano passado e passou a se chamar Reunião Nacional. Segundo os pesquisadores, a inclinação dos militares franceses para a extrema direita pode oscilar em função da atualidade política do país, mas de uma maneira geral o partido da família Le Pen se beneficia de uma taxa elevada de adesão nos quartéis.

“No primeiro e no segundo turno das eleições presidenciais (de 2017), nós constatamos que mais de 50% entre eles votaram em Marine Le Pen”, relata o geógrafo Sylvain Manternach, um dos autores do relatório. Dependendo da região, a diferença nos resultados da extrema direita, entre militares e civis, pode chegar a 17%.

Esquerda no poder teve impacto no voto dos militares

De acordo com os números do Ifop, essa tendência já vinha sendo notada desde a eleição presidencial de 2012 e das europeias de 2014, quando a Frente Nacional registrou uma alta de votos entre os militares. Segundo os pesquisadores, esse resultado seria uma reação à chegada da esquerda ao poder na França, com a eleição de François Hollande em maio de 2012.

Segundo o Ifop, essa diferença entre o voto dos militares e o restante do país se explica pelo fato de que a vida dos membros das Forças Armadas seria “muito diferente da realidade dos demais eleitores”.

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