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Um pulo em Paris

Defesa do clima une ambientalistas, estudantes e coletes amarelos em manifestações em Paris

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Paris terá um fim de semana de intensa mobilização para denunciar a urgência climática. Estudantes, ambientalistas e coletes amarelos programaram manifestações para fazer pressão sobre o governo na véspera da Cúpula do Clima da ONU, em Nova York.

Adolescentes franceses na passeata da greve global contra o clima, em Paris.
Adolescentes franceses na passeata da greve global contra o clima, em Paris. REUTERS/Charles Platiau
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Vários estudos revelam que a proteção ao meio ambiente tornou-se a preocupação número 1 dos franceses, à frente das questões econômicas de custo de vida e emprego.

Pela terceira vez este ano, os secundaristas franceses que abraçaram o movimento criado pela ativista sueca Greta Thunberg – Sextas-feiras pelo Futuro, Juventude pelo Clima – fizeram greve de escola para sair em passeata pelas ruas de Paris. O protesto reuniu 9.400 estudantes, menos do que nas manifestações anteriores. Na primeira convocação de Greta, em março, cerca de 30.000 estudantes franceses aderiram à paralisação. Houve um segundo protesto em maio, com 15.000 participantes. Mas os que estiveram nas ruas, hoje, demonstraram grande preocupação com o futuro.

Os cartazes de papelão dos adolescentes traziam desenhos, alguns de crianças, acompanhados de frases como "Vamos salvar nosso planeta dos homens", "O tempo está contado, é preciso agir", "1,5°C a mais [na temperatura da Terra] e são os direitos humanos que vão derreter". Criativos, alguns escreveram frases espirituosas como "Faça amor e não CO2" ou "Greta, casa comigo". A constatação dos estudantes é que os governantes falam muito sobre o tema, mas a ausência de progressos no combate às mudanças climáticas é notória.

Nas duas greves anteriores, os estudantes franceses não estiveram associados a movimentos sociais. Mas, desta vez, surgiu uma convergência porque se tornou evidente que a luta pela justiça climática é indissociável da questão social e da mudança de modelo econômico.

No sábado (21), os estudantes voltam às ruas para uma grande marcha em Paris, mais intergeracional, com pessoas de todas as idades. A palavra de ordem será "Fim do mundo, fim do mês: mesma luta". Os organizadores querem denunciar a inércia do poder público ante a urgência climática.

Coletes amarelos

Alguns grupos de coletes amarelos querem aderir à mobilização e convocam pelas redes sociais um protesto "histórico" em Paris. O movimento social que abalou a França durante vários meses surgiu em protesto à criação de um imposto na venda de combustíveis destinado a financiar projetos de energias limpas. O governo francês reafirmou nesta semana não ter a intenção de criar um novo imposto sobre o carbono, uma medida que é defendida por especialistas em mudanças climáticas.

A ministra francesa da Transição Ecológica, Elisabeth Borne, anunciou nesta sexta-feira (20) um aumento do orçamento do ministério de € 800 milhões em 2020, para financiar transportes menos poluentes. O governo também decidiu criar uma nova agência pública para proteger a biodiversidade.

No domingo (22), a prefeitura da capital promove a quinta edição do evento Paris sem Carros, das 11h às 18h.

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