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Um pulo em Paris

Militantes são multadas por colarem cartazes contra feminicídio em Paris

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Militantes feministas foram multadas quando colavam cartazes contra os feminicídios nas ruas de Paris. A campanha é ilegal e tem chamado a atenção na cidade.

"Levar sua vítima ao suicídio é feminicídio", diz cartaz colado por militantes feministas
"Levar sua vítima ao suicídio é feminicídio", diz cartaz colado por militantes feministas RFI
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“Celine, jogada da janela pelo marido”, “Maitê, espancada até a morte”, “Precisamos de mais ações antes de sermos mortas”, “Elas são mais ouvidas mortas do que vivas”. Essas são algumas das frases coladas nos muros de Paris nas últimas semanas. Além de prédios residenciais, muros de edifícios emblemáticos, como a Assembleia Nacional, o ministério da Defesa, ou ainda Matignon, sede do governo, também foram alvo da ação.

A campanha foi lançada no início do mês de setembro por Marguerite Stern, ex-militante do grupo Femen, que rapidamente mobilizou 80 mulheres. Elas se reúnem durante o dia para pintar os cartazes e colam as frases pelas ruas da capital ao cair da noite. O projeto já começa a ganhar versões menores em outras cidades do país.

Campanha ilegal

No entanto, colar cartazes em lugares públicos sem autorização é sujeito a uma multa de € 68 (cerca de R$ 300) na França. Várias participantes já foram punidas, suscitando a revolta de militantes, que contestam a postura das autoridades.

A prefeitura de Paris informou que a causa é justa e que está engajada na luta contra o feminicídio. Porém, lembra que os agentes da polícia municipal cumprem seu dever. “Eles não julgam o teor das mensagens, e sim a colagem selvagem dos cartazes”, alegou a prefeitura.

A luta contra os assassinatos de mulheres por seus maridos ou companheiros tem mobilizado cada vez mais a população, mas também a classe política francesa. Além de uma série de medidas anunciadas no início do mês, na semana passada as região Île-de-France, onde está a capital Paris, lançou a discussão sobre um projeto de lei junto ao governo para que o feminicídio seja oficialmente reconhecido no Código Penal e que se torne um fator agravante em caso de crime, como já é o caso na Argentina.

Mais de 100 feminicídios foram registrados na França até o início de setembro. Em 2018, 121 mulheres foram assassinadas no país por seus maridos ou companheiros.

 

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