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França

RSF espalha manequins desmembrados diante de consulado saudita para lembrar morte de Khashoggi

Um ano após o assassinato do jornalista Khamal Khashoggi, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) espalhou nesta terça-feira (1) manequins desmembrados na frente do consulado da Arábia Saudita nos arredores de Paris. A organização cobra esclarecimentos sobre as circunstâncias do crime, executado com requintes de crueldade.

Manequins desmembrados na frente da missão diplomática da Arábia Saudita na região parisiense.
Manequins desmembrados na frente da missão diplomática da Arábia Saudita na região parisiense. @RSF
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Os militantes da RSF colocaram os manequins de plástico, vestidos com coletes onde se lia a palavra "Press", diante do consulado saudita em Neuilly-sur-Seine, um município de alto poder aquisitivo na região parisiense. Khashoggi foi executado e esquartejado no consulado saudita em Istambul, em 2 de outubro de 2018.

De acordo com o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, a RSF organizou esta ação para exigir que todos os detalhes da morte do jornalista sejam esclarecidos. A ONG também quer chamar a atenção para todos que lutam pela liberdade de imprensa na Arábia Saudita. Atualmente, segundo Deloire, cerca de 30 jornalistas e blogueiros estão detidos naquele país. Segundo Deloire, a investigação realizada pelas autoridades sauditas "foi muito dificultada", conforme estabeleceu o relator especial da ONU que acompanha o caso.

Deloire se mostrou cético sobre as recentes declarações do príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, que negou ter ordenado o assassinato do jornalista. O príncipe assumiu a responsabilidade apenas enquanto líder da Arábia Saudita. "É uma maneira de se livrar de perguntas sobre sua culpa pessoal e sua responsabilidade em se comprometer com a liberdade de imprensa na Arábia Saudita, onde o jornalismo está sujeito a uma repressão feroz", afirmou o secretário-geral da RSF.

Depois de inicialmente negar o assassinato de Khashoggi, a monarquia declarou que o jornalista morreu durante uma operação de agentes sauditas não autorizada pelo poder. A Justiça saudita isentou o príncipe herdeiro e acusou outras 11 pessoas pelo assassinato. Cinco delas podem ser sentenciadas à morte.

Khashoggi havia se mudado para os Estados Unidos. Ele colaborava regularmente com o jornal Washington Post escrevendo artigos críticos ao herdeiro do trono saudita. Em outubro do ano passado, ele foi à Turquia para emitir documentos porque pretendia se casar.

Revelações sobre armas químicas sauditas no Iêmen

Segundo o jornal inglês Express, Khashoggi estava prestes a revelar o uso de armas químicas pela Arábia Saudita no Iêmen quando foi morto.

O serviço secreto britânico interceptou mensagens da Inteligência saudita, revelando ordens de um “integrante do círculo real” para sequestrar um jornalista incômodo e levá-lo de volta à Arábia Saudita.

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