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Futebol/ Política

Jogadores turcos batem continência para apoiar ofensiva na Síria e podem ser punidos pela UEFA

Os jogadores da seleção turca de futebol comemoraram seu gol de empate contra a França (1-1) com uma polêmica saudação militar durante a eliminatória da Euro-2020 nesta segunda-feira (13) no Stade de France, na periferia de Paris, uma imagem não mostrada ao vivo na televisão.

Jogadores turcos batem continência em apoio à ofensiva turca na Síria, contra os curdos, durante jogo no Stade de France, em 14 de outubro de 2019.
Jogadores turcos batem continência em apoio à ofensiva turca na Síria, contra os curdos, durante jogo no Stade de France, em 14 de outubro de 2019. REUTERS/Benoit Tessier
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Após o gol de empate de Kaan Ayhan, pelo menos sete jogadores da equipe turca se reuniram em um canto do campo para posarem, com a mão direita estendida na testa, batendo continência em apoio aos soldados envolvidos na ofensiva turca na Síria contra forças curdas.

Os ataques turcos provocaram protestos e sanções internacionais, inclusive da França, que, seguindo a Alemanha, suspendeu a exportação de armas para a Turquia na última sexta-feira (11).

Os jogadores turcos já haviam feito essa saudação durante o jogo anterior, contra a Albânia, na sexta-feira (11). Esta irrupção da política no esporte pode gerar das sanções à Turquia por parte da UEFA, que em seu regulamento proíbe ações políticas no futebol.

Franceses pedem sanções

Na França, a ministra do Esporte, Roxana Maracineanu, pediu à UEFA no Twitter "uma sanção exemplar": "Obrigada à Federação Francesa de Futebol e à polícia por seu trabalho para garantir o bom andamento do jogo. Os jogadores turcos estragaram esses esforços fazendo uma saudação militar, ao contrário do espírito esportivo ", lamentou.

Para a editorialista de esporte do canal Europe 1, Virginie Phulpin, “esse gesto não tem nada a ver em um espaço esportivo, e a UEFA deve assumir a responsabilidade de sancionar a Turquia”.

Durante o encontro, sob forte tensão por causa da oposição da França à ofensiva turca, os torcedores turcos surpreenderam ao aplaudirem, em vez de vaiarem, a Marselhesa, o hino francês, antes do início do jogo.

Faixa pró-curdos

O único incidente observado nas arquibancadas foi a colocação de uma faixa em apoio aos curdos no final do jogo, que provocaram assobios e o início de uma briga.

"Parem de massacrar os curdos", dizia, em letras vermelhas, uma faixa aberta aos 86 minutos da partida, diante da torcida visitante.

As pessoas que agitavam a faixa usavam camisetas da equipe da França. Os torcedores franceses foram rapidamente controlados pelas forças de segurança, que removeram a bandeira. Mas a mensagem foi lida por muitos torcedores turcos, que reagiram com assobios. 

Começou a ocorrer uma briga no local onde foi aberta a faixa alguns minutos depois em outra arquibancada do Stade de France. Os serviços de segurança controlaram a situação, que voltou à calma no momento do apito final, dentro do estádio.

Na saída do estádio, o clima era pacífico, com canções em homenagem à Turquia ("Turkiye, Turkiye"), mesmo que uma música anti-PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, fosse entoada brevemente.

Outra canção que dizia "Os maiores soldados são os nossos" também foi cantada por cerca de 30 torcedores que carregavam uma enorme bandeira da Turquia, sem incidentes.
 

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