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Octogenário de extrema direita que atacou mesquita na França era “obsessivo e violento”

A mesquita de Bayonne, cidade francesa apresentada por políticos locais como “pacífica” para a comunidade muçulmana “integrada”, foi alvo nesta segunda-feira (28) de tiros que deixaram dois feridos em estado grave. O suposto autor dos disparos é Claude Sinké, 84 anos, que reconheceu ter atirado. Candidato do antigo partido de Marine Le Pen em 2015, Sinké foi afastado do hoje Reunião Nacional logo após perder as eleições regionais.

Policiais em frente à mesquita de Bayonne, em 28 de outubro de 2019.
Policiais em frente à mesquita de Bayonne, em 28 de outubro de 2019. GAIZKA IROZ / AFP
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Segundo as autoridades de segurança regionais, "às 15h20, um homem tentou atear fogo na porta da mesquita de Bayonne." Surpreendido em sua tentativa por duas pessoas, o homem disparou contra elas "e, ao sair, ateou fogo a um automóvel. Segundo o promotor, o homem estava na posse de uma lata de gasolina.

As duas vítimas, gravemente feridas por balas, com idades entre 74 e 78 anos, foram operadas e se encontravam em tratamento intensivo na noite de segunda-feira (28). O prognóstico "é delicado para um deles", afirmou a central de polícia.

Segundo o prefeito de Bayonne, Jean-René Etchegaray, que foi imediatamente ao local, dois tiros foram disparados e "uma pessoa foi atingida no pescoço, a outra no peito e no braço".

“Ato de loucura”

Em Saint-Martin-de-Seignanx, vilarejo pacífico em Landes, perto de Bayonne, os habitantes e vizinhos do atirador da mesquita pareciam surpresos com a raiva de um homem "muito solitário", "com obsessões", e "às vezes bastante violento", que "enlouqueceu".

No hall do prédio, o frio que cai surpreende uma dúzia de pessoas evacuadas do conjunto habitacional onde o suspeito morava, isolado pelas forças policiais. Evacuados por volta das 16H locais, para que a polícia realizasse uma busca na casa do suspeito, eles foram recepcionados e alimentados por funcionários municipais e tiveram que esperar até por volta das 21h para voltar para casa.

Ninguém se declara próximo a Claude Sinké, um ex-militar octogenário, ex-militar, que foi candidato pela Frente Nacional [FN, ex-partido de Marine Le Pen] e que vive na cidade há muitos anos. Ele era conhecido pelas pessoas e alguns concordam que ele era pelo menos "atípico" ou "dava a aparência de alguém perturbado psicologicamente".

"É alguém com obsessões", declarou Francis Giraudie, vereador da cidade. "Ele considera que não é escutado. Às vezes, vinha à prefeitura ou ligava para reclamar de várias coisas”, afirmou. “Uma vez, ele agrediu verbalmente o prefeito, tive que intervir para acalmá-lo", lembra Bertrand Lagarde, outro eleito.

"Não me surpreende", disse um vizinho que não quis dar seu nome, "era alguém que tinha armas em casa, ele mostrou até para as pessoas". "Ele cometeu um ato de loucura", afirmam os vizinhos.

Um vizinho que o conhecia em Anglet, perto de Bayonne, disse que conhecia seu filho, a quem viu pouco, e um neto que veio vê-lo. "Ele parecia um homem muito solitário", diz um casal, também evacuado do prédio, que ficou impressionado com o ataque de um homem de 84 anos. "Para fazer isso na idade dele ... Especialmente quando ele anda mal, eu já vi com uma bengala e ele vê mal", afirmaram.

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