ONU afirma que mais de 191 mil pessoas já fugiram da Líbia
Mais de 191 mil pessoas, sendo a maioria trabalhadores imigrantes, já deixaram a Líbia e outras dezenas de milhares de pessoas no interior do país estão a caminho da fronteira com o Egito para fugir da violência, informou neste sábado a Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU que publicou um relatório sobre a situação.
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O documento, baseado em estatísticas feitas pela Organização Internacional para as Migrações, revela que até a última quinta-feira, 104.275 pessoas tinham se refugiado na Tunísia, 85 mil no Egito e 4 mil entraram na Argélia. A retomada do controle da fronteira entre a Líbia e a Tunísia pelas forças aliadas de Kadhafi diminuiram o fluxo de imigrantes, constata a Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ochoa, na sigla em inglês).
Com base em estatísticas do Alto Comissariado da Onu para refugiados, a Agência da Onu afirma que 12.500 pessoas ainda devem ser retiradas da Tunísia. A Ochoa afirma ainda que cerca de 10 mil pessoas no interior da Líbia estão a caminho de al-Saloum e devem chegar nos próximos dois ou três dias a este posto fronteiriço com o Egito.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações, a Líbia tinha até o início da revolta popular que tenta derrubar o ditador Kadhafi, há 41 anos no poder, um número de imigrantes estrangeiros estimado em mais de 2,5 milhões de pessoas.
Africanos
Os trabalhadores africanos presentes na Líbia são os estrangeiros mais vulneráveis e os que estão mais ameaçados, segundo o Alto Comissariado da Onu para refugiados (HCR, na sigla em inglês). "Há milhares de trabalhadores africanos na Líbia e poucos apareceram nas fronteiras" disse neste sábado o chefe da HCR, Antonio Guterres, durante entrevista à rede de tv Al Jazeera.
Segundo Guterres, o Alto Comissariado tem recebido milhares de telefonemas de pessoas desesperadas tentando deixar suas casas e o caso das comunidades africanas é o que mais preocupa a ONU.
Por causa dos mercenários africanos contratados por Muamar Kadhafi para lutar pelo regime, muitos africanos da região subsahariana passaram a ser tratados como suspeitos pelos líbios, observou o chefe da HCR.
Antonio Guterres também explicou que centenas de trabalhadores africanos não conseguem embarcar em aviões ou barcos enviados a Benghazi por países que querem retirar seus cidadãos. "Acredito que centenas de milhares de vida estão em perigo", admitou Guterres evocando a possibilidade de que milhares de líbios também possam querer fugir do país em caso de uma guerra civil.
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