Nesta quinta-feira, a Assembleia Nacional francesa analisa um projeto de lei que reprime a negação dos genocídios realizados em todo o mundo. A proposta relançou um debate inflamado sobre o genocídio armênio, um dos massacres mais estudados na história depois do Holocausto e do genocídio de Rwanda. Entre 1915 e 1917, 1,5 milhão de armênios e pessoas de outras etnias foram exterminados pelo Império Otomano, território onde fica a Turquia moderna. Quase cem anos depois, a questão volta a ser de atualidade e desestabiliza as relações diplomáticas entre França e Turquia.O país euro-asiático rejeita a expressão "genocídio organizado" e vê na iniciativa francesa um ataque a sua história nacional. O governo turco chegou até a enviar uma comissão à Paris na tentativa de dissuadir os parlamentares franceses e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan, pediu ao presidente Nicolas Sarkozy que desista da proposta.Segundo a historiadora Djanira Couto, da Escola Prática de Altos Estudos de Paris, a Turquia demonstra uma abertura à questão armênia. Ouçam a análise feita pela professora a Victória Álvares.