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Imprensa

Escândalo das próteses mamárias PIP se agrava na França

A imprensa francesa dá grande destaque hoje ao agravamento do escândalo das próteses mamárias da marca PIP, fabricadas com um gel de silicone inadequado para a saúde.

Próteses de silicone defeituosas da marca francesa PIP.
Próteses de silicone defeituosas da marca francesa PIP. Reuters
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O jornal Libération relata os números impressionantes de pacientes com problemas de saúde devido ao implante PIP. Em uma reunião ocorrida na noite de ontem no Ministério da Saúde, a comissão de acompanhamento das mulheres portadoras da prótese PIP constatou a existência de 1.143 casos de ruptura da cápsula de silicone e 495 reações inflamatórias decorrentes de defeito no implante. Até agora, 672 extrações da prótese foram realizadas, um número ínfimo diante das 30 mil mulheres que receberam o silicone PIP. Esse novo escândalo santitário faz com que o ministro da Saúde, Xavier Bertrand, anuncie mudanças profundas no controle sanitário dos produtos médicos, informa o Libération.

O jornal Aujourd'hui en France conta que quando estourou o escândalo, em 2010, o proprietário da marca, Jean- Claude Mas, deu um depoimento à polícia bastante cínico, afirmando na época que não tinha nada a dizer às vítimas sobre os riscos do produto. Em outubro passado, o empresário cometeu um outro deslize imperdoável: acusou as vítimas de darem queixa contra o implante PIP só para ganhar dinheiro. Ele também explicou aos policiais como fazia para enganar o organismo de certificação. Dava ordens a seus funcionários de destruir todos os documentos e os contêineres que comprovavam o uso do gel de silicone não homologado.

O diário conservador Le Figaro faz um passo-a-passo do caso desde a primeira denúncia, com o objetivo de mostrar as falhas no sistema público de saúde. A agência francesa de controle sanitário Afssaps foi informada de uma ruptura de prótese PIP em fevereiro de 2008, advertida por um médico de Marselha. Ele relata ao Le Figaro que procurou o fabricante para explicações e nunca obteve resposta. Em pouco mais de um ano, esse médico teve 14 casos de ruptura do silicone entre suas pacientes, todas comunicadas à agência sanitária que demorou um tempo absurdo para reagir. Le Figaro também informa que a FDA, a agência americana de controle sanitário, rejeitou uma autorização de comércio das próteses francesas PIP feitas com soro fisiológico no ano 2000 por má qualidade do produto.
 

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