Apesar das lágrimas, atirador norueguês não se arrepende do massacre

O primeiro dia do julgamento de Anders Behring Breivik foi marcado pelas lágrimas do atirador, mas também pelas provocações do extremista, que questionou a legitimidade da justiça norueguesa. Breivik, que não se considera culpado, mesmo se reconhece a autoria das mortes, também demonstrou indiferença ao ouvir a gravação de uma mensagem telefônica gravada por uma de suas vítimas.

Anders Breivik chora no tribunal de Oslo durante o primeiro dia do julgamento nessa segunda-feira. REUTERS/Heiko Junge/Pool

Anders Behring Breivik permaneceu insensível durante a difusão de uma mensagem telefônica gravada por Renate Taarnes, uma das jovens que assistiu o massacre na ilha de Utoeya em julho passado. No documento, ela tentava pedir ajuda para a polícia enquanto seus colegas, a maioria deles com menos de 20 de idade, eram assassinados friamente pelo atirador.

Breivik também não demonstrou nenhuma reação durante a projeção de um vídeo das câmeras de segurança no qual era possível ver a explosão de uma caminhonete estacionada em frente à sede governo de Oslo. A deflagração provocou as oito primeiras mortes do massacre. Nem mesmo a gravação de seus próprios telefonemas feitos à polícia, quando o atirador se rendeu às autoridades, provocaram reações do acusado durante esse primeiro dia de julgamento.

Mas para a surpresa de todos, o militante chorou quando a defesa projetou um filme de propaganda realizado por ele e divulgado na internet no dia dos ataques. Segundo Geir Lippestad, um de seus advogados, as lágrimas não eram de arrependimento ou remorso, e sim ligadas ao engajamento de Breivik para “salvar a Europa de uma guerra em andamento”. A defesa diz que seu cliente continua descrevendo seu gesto como “atroz, mas necessário”.

O julgamento, que deve durar cerca de 10 semanas, continua na terça-feira, quando o atirador deve começar a depor.