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França/ Rio+20

França apresenta prioridades para conferência Rio+20

A França detalhou hoje as suas expectativas para a Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que se inicia no Rio de Janeiro na semana que vem. Os franceses vão se fixar em três objetivos nas discussões: o acesso universal às energias renováveis, a segurança alimentar e o apoio à economia verde. Além disso, vão pressionar pela criação da Organização Mundial do Meio Ambiente.

O presidente da França, François Hollande, discursou nesta sexta-feira na abertura do Forum France Rio+20, que prepara a participação francesa no evento.
O presidente da França, François Hollande, discursou nesta sexta-feira na abertura do Forum France Rio+20, que prepara a participação francesa no evento. Reuters
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O Fórum de Lançamento da Rio+20 contou com a participação de ONGs, especialistas, sindicalistas e empresários, além do governo e da diplomacia francesa. O presidente François Hollande abriu o evento, no parque da Villette, em Paris, e foi o primeiro a pedir a criação de uma nova organização da ONU, a exemplo de outras já existentes, como a do Comércio.

“Seria uma agência especializada da ONU que reagruparia as convenções e os recursos existentes em uma única organização, e que poderia ter a força, a capacidade e mobilizar e coordenar as novas discussões sobre os acordos indispensáveis sobre o meio ambiente”, argumentou o socialista, sobre uma ideia defendida pelo antecessor Nicolas Sarkozy desde 2009. Hollande gostaria que a organização ficasse em Nairóbi, no Quênia.

A mudança ampliaria as discussões para todos os países membros da ONU, e não apenas entre os 58 que fazem parte do atual Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Atualmente, as agências existentes são a Pnuma e a Comissão de Desenvolvimento Sustentável, do Departamento de Assuntos Socioeconômicos da ONU. As duas não têm poder arbitrário e funcionam sob adesões voluntárias dos países.

O Brasil não vê com bons olhos a criação de uma Organização Mundial do Meio Ambiente, assim como Estados Unidos e China, em uma discussão que é um dos focos da conferência. O governo brasileiro apoia o fortalecimento das instâncias existentes e é contrário à criação da organização, defendida pelos europeus. O argumento é o de que a abertura de uma nova estrutura deveria se focar no desenvolvimento sustentável, e não apenas no meio ambiente.

Três prioridades para a França

O presidente francês alertou hoje para o “risco de fracasso” da cúpula, que se inicia no dia 13 e terá a presença de chefes de Estado e de governo a partir do dia 20. “Vai ser difícil. Nós sabemos que há riscos: riscos de palavras pronunciadas que não se transformarão em atos, risco da divisão entre os países desenvolvidos, os países emergentes, os países pobres; o risco de fracasso porque pode haver outras urgências. O mundo hoje está virado para a crise econômica, a crise financeira”, afirmou.

Hollande prometeu que a França vai assumir as suas responsabilidades enquanto país desenvolvido e disse que os ricos não têm lições a dar, afinal esgotaram os seus recursos naturais. Mas o presidente também exortou os países emergentes a adotarem um caminho de desenvolvimento sustentável para continuarem crescendo.

Hollande e a ministra francesa do Meio Ambiente, Nicole Bricq, determinaram o acesso universal às energias renováveis, a segurança alimentar e o apoio à economia verde como prioridades para a conferência. "A França se implica fortemente a trazer uma dimensão social aos comprometimentos que serão feitos no Rio. Precisamos não somente de uma camada verde na economia, mas sim queremos uma verdadeira transformação da economia para que se respeite as três dimensões do desenvolvimento sustentável ", declarou a ministra.
 

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