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Cervejaria/Mercado

AB InBev pode adquirir 100% da mexicana Corona

A Anheuser-Busch InBev, líder mundial no mercado de cerveja, pode crescer ainda mais, com a compra do Grupo Modelo, principal cervejaria do México. Os rumores apareceram nesta segunda-feira, com a publicação de uma matéria do Wall Street Journal sobre o assunto, e já tiveram impacto sobre a bolsa de valores mexicana: as ações do Grupo Modelo subiram 12%. Mais tarde, a AB InBev confirmou em nota que existem "discussões para estreitar os laços com os mexicanos", sem afirmar categoricamente se isso significaria aquisição.

Logo da AB InBev na sede da companhia em Leuven, na Bélgica
Logo da AB InBev na sede da companhia em Leuven, na Bélgica REUTERS/Francois Lenoir
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A AB InBev, que opera no Brasil por meio da Ambev, já detém 50% do capital da gigante mexicana. Com a operação, estimada em US$ 8 bilhões, o controle da companhia trocaria de mãos. De quebra, o líder mundial assumiria a distribuição da Corona, marca comercializada em 150 países e que ostenta o status de cerveja estrangeira mais vendida nos Estados Unidos e na Austrália.

Se concretizada, esta operação será a mais importante no setor desde 2008, quando a própria belgo-brasileira InBev realizou uma fusão de US$ 52 bilhões com a norte-americana Anheuser-Busch e assumiu a liderança do setor. Esta fusão, aliás, originou uma série de atritos entre a InBev e o Grupo Modelo, cuja metade do capital estava nas mãos da AB.

À época, o presidente e acionista majoritário da empresa, Carlos Fernandez, entrou com uma processo contra a nova controladora para não ter de abrir mão de nove cadeiras, que representavam 44% dos direitos de voto no Conselho Administrativo do Grupo. Fernandez perdeu a batalha judicial e vem expandindo suas operações internacionais à revelia da InBev. Com o negócio, essa cisão dentro da gigante deve terminar e todas as operações devem ser centralizadas.

Mercados em desenvolvimento

Para os jornais franceses Le Monde e Le Figaro, a compra do Grupo Modelo pela AB InBev confirma uma tendência do mercado cervejeiro: investir nos países em desenvolvimento. Em uma matéria extensa no caderno de empresas, Le Figaro aponta que a AB InBev realiza 60% das suas vendas nestes locais. Ao contrário das praças tradicionais, eles estão em franco crescimento.

O diário conservador usa o Brasil como exemplo: o mercado brasileiro que, sozinho, responde por 30 bilhões de euros, deve representar cerca de 9% do crescimento mundial do setor cervejeiro até 2020. Não à toa, o grupo Kirin, líder do mercado japonês, investiu 1,8 bilhão de euros para comprar 50,45% da Schincariol, número 2 no mercado brasileiro, como aponta Le Monde.

Mas, se os números brasileiros já impressionam, que dizer da China, maior consumidor mundial de cerveja? O país deve responder por 43% do crescimento mundial do mercado até 2020. No ano passado, os chineses foram os principais catalisadores do crescimento da AB InBev, que detém a Budweiser, dona de 42% do mercado local. O próximo passo da sede de conquista dos fabricantes de cerveja deve ser a África Subsaariana, aposta Le Figaro.

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