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País Basco

Enfraquecido, ETA se diz pronto para negociar sua "dissolução"

O grupo separatista basco ETA anunciou neste sábado estar pronto para negociar sua "dissolução" com os governos da França e da Espanha, um ano depois de ter abandonado a luta armada, que já durava 40 anos. No comunicado, publicado por um site do jornal basco Gara, a organização afirma querer discutir "fórmulas e prazos para o retorno de prisioneiros e exilados políticos bascos, para o desarmamento e dissolução das estruturas armadas, para a desmobilização dos militantes e para a desmilitarização". Este processo, afirma o ETA, permitirá por em prática o fim dos conflitos armados, acordado em 20 de outubro de 2011.

Membros do ETA comunicam desição de cessar luta armada, em 2011
Membros do ETA comunicam desição de cessar luta armada, em 2011
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Esta "agenda de diálogo", como a organização definiu, acontece em um momento em que os separatistas estão profundamente enfraquecidos. Nos últimos anos, as polícias espanhola e francesa fizeram várias prisões, reduzindo o grupo a algumas dezenas de membros ativos. De acordo com o texto, os dois governos tem "conhecimento preciso" de sua condição atual e que está pronto para "escutar e analisar suas propostas". Um acordo levaria ao "fim definitivo das hostilidades armadas", assegura o comunicado. Considerado organização terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia, o ETA é acusado da morte de 829 pessoas. Seu último atentado em território espanhol foi em agosto de 2009.

Em novembro de 2011, o grupo já se dizia pronto para começar seu total desarmamento, mas exigia a anistia para todos os cerca de 700 membros presos na França e na Espanha, proposta prontamente recusada por Madri. A Espanha "jamais negociará com o ETA", reafirmou recentemente o ministro do Interior, Jorge Fernandez Dias, logo depois da prisão de duas peças-chave do grupo: o chefe Isaskun Lesaka e o tenente Joseba Iturbide.

Com o ETA enfraquecido, surgiu uma via política para a esquerda basca independentista, que terminou em segundo lugar nas eleições regionais do País Basco, em 21 de outubro. A organização política também conquistou espaço no Parlamento espanhol e, nos últimos anos, tem tentado a revisão das políticas penitenciárias do governo com relação aos presos do ETA.
 

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