“A América Latina nunca foi uma grande prioridade política ou econômica dos dirigentes europeus. O Velho Continente está às turras com tantos problemas internos, que é difícil pensar em outra coisa. Sem falar nas ameaças cada vez mais inquietantes que vêm do mundo árabe fronteiriço em ebulição e da recaída russa no autoritarismo e na velha estratégia de confrontos com o mundo ocidental. Só que os dirigentes europeus sabem que não vão poder sair do buraco sozinhos. E que vão ter que contar com a ajuda ou a boa vontade dos outros. Isto traz uma certa humildade e prudência por parte da Europa. Primeira área econômica mundial e super-potência no campo das normas e regulamentações internacionais, a União Européia está começando a aprender que não tem tanto cacife assim para impor suas próprias regras e códigos de conduta ao resto do planeta. Não tem jeito: se quiser aproveitar as oportunidades abertas pelo relacionamento com países parceiros mais dinâmicos, a Europa vai ter que aprender a ser mais flexível – mesmo a custa de passar por cima do seus todos poderosos lobbies regionais ou nacionais – e negociar mais de igual para igual.” Ouça a crônica de política internacional de Alfredo Valladão.
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