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Tunísia

Comitês de partido islâmico tunisiano são incendiados após assassinato de opositor

Milhares de tunisianos protestam nas ruas desde a manhã desta quarta-feira, após o anúncio do assassinato do advogado Chokri Belaid, 47 anos, secretário-geral do Partido dos Patriotas Democratas e líder da Frente de Esquerda. O opositor foi abatido com dois tiros quando saia de sua casa, em Túnis. Familiares denunciam um crime político. 

Ambulância leva o corpo do líder opositor tunisiano Chokri Belaid.
Ambulância leva o corpo do líder opositor tunisiano Chokri Belaid. REUTERS/Zoubeir Souissi
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O homicídio não foi reivindicado, mas familiares do opositor morto e militantes pró-democracia tunisianos acusam o partido islâmico no poder, Ennahda, de estar por trás do assassinato. O advogado era um crítico feroz dos dirigentes do governo. Na véspera de sua morte, ele denunciou na televisão que o partido Ennahda vem instrumentalizando a violência nos comícios da oposição e alimenta a ação de milícias contra os militantes laicos e de esquerda.

Representantes do Ennahda negaram qualquer envolvimento na morte de Belaid. O primeiro-ministro tunisiano, Hamadi Jebali, afirmou que o assassinato foi "um ato terrorista" contra toda a nação. O presidente Moncef Marzouk se referiu ao crime como uma provocação, cuja intenção seria "gerar um banho de sangue no país, mas essa mensagem será respondida".

Logo após o assassinato, grupos de tunisianos indignados com a morte do opositor se reuniram em vários pontos da capital, em frente à sede do Ministério do Interior, na entrada do hospital para onde o corpo do oposicionista foi transportado, e também em frente à embaixada da França. O presidente francês, François Hollande, disse que a morte de Chrokri Belaid "priva a Tunísia de uma das vozes mais corajosas e livres do país".

Comitês do partido islâmico nas localidades de Sousse, Monastir, Mahdia e Sfax foram incendiados. Na cidade de Sidi Bouzid foram registrados conflitos entre os manifestantes e a polícia, que jogou bombas de gás lacrimogêneo para acalmar a multidão. Cerca 200 manifestantes atacaram a delegacia e houve intervenção das forças armadas.

A Tunísia atravessa seu momento mais crítico dois anos após a revolução que derrubou o ex-ditador Ben Ali. O crime está sendo interpretado como um assassinato político.

Oposição convoca greve

Em resposta à morte de Belaid, a oposição laica suspendeu sua participação na Assembleia Constituinte tunisiana e convocou uma greve geral durante os funerais.

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