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Papa/Vaticano

Jornais analisam primeira homilia do papa e acusações de conivência com ditadura

O papa Francisco continua na primeira página de praticamente todos os jornais franceses nesta sexta-feira, 15 de março de 2013. Além de analisarem sua primeira homilia em busca de sinais sobre a orientação de seu papado, os diários não hesitam em examinar as acusações de que ele teria sido próximo demais da ditadura militar argentina nos anos 70.

O papa francês rezou sua primeira missa no Vaticano nesta quinta-feira, 14 de março de 2013, e seu sermão é analisado pelos jornais.
O papa francês rezou sua primeira missa no Vaticano nesta quinta-feira, 14 de março de 2013, e seu sermão é analisado pelos jornais.
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La Croix traz dez páginas de reportagens e análises sobre o novo papa. Em seu editorial, o jornal católico afirma que a eleição do argentino Jorge Bergoglio "marca o deslocamento do centro de gravidade do catolicismo para o Sul, com suas problemáticas específicas de justiça social".

La Croix explica a seus leitores a polêmica sobre a suposta ligação do novo papa com o regime militar argentino e entrevista dois religiosos franceses que viveram no país nessa época. Um deles critica e o outro defende o posicionamento do atual papa no caso do sequestro de dois jesuítas por agentes da repressão em 1976.

O conservador Le Figaro dedica cinco páginas ao novo papa e analisa sua primeira homilia, pronunciada nesta quinta-feira. Segundo o diário francês, o papa Francisco falou "com a liberdade e a autoridade" do pastor, e impôs um estilo novo e irreverente, marcado pela humildade.

O jornal econômico Les Echos avalia que a escolha de Bergoglio foi uma espécie de terceira via, nem revolucionária nem temerosa. A imagem de reformista do novo papa é contrabalançada por suas posições ortodoxas em relação à doutrina tradicoinal da Igreja.

Já o diário comunista L'Humanité traz uma análise mais pragmática da escolha de Bergoglio. "A eleição do papa Francisco, vindo de um continente em ebulição, testemunha a vontade da Igreja de reconquistar posições ameaçadas", diz o jornal.

Em seu editorial, L'Humanité analisa que a escolha do nome Francisco parece indicar que a Igreja pretende fazer uma limpeza em seus hábitos financeiros e morais. Mas insinua que o exemplo de uma Igreja mais austera e mais moral pode mascarar, de maneira "consciente ou não", uma oposição às profundas mudanças que estão acontecendo na América do Sul, onde vários governos colocam em prática políticas de esquerda ou até memo anticapitalistas.

Síria

Libération preferiu dedicar sua manchete ao conflito sírio, que já fez mais de 70 mil mortos segundo a ONU. "Síria: dois anos de crimes", diz a manchete do diário, que traz em sua primeira página uma foto de Bashar al-Assad manchada de sangue.

Em seu editorial, o jornal progressista afirma que para permanecer no poder, o presidente sírio destruiu seu país. "Armar os rebeldes, como querem a França e a Grã-Bretanha, poderá talvez equilibrar um combate desigual contra um regime poderosamente equipado e apoiado pelo Irã e pela Rússia. Mas nada garante uma vitória mlitar a uma oposição dividida", analisa Libération.

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