20 anos depois, tem quem ache que massacre do Carandiru foi certo
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Depois de ser adiado duas vezes, o julgamento de 26 policiais envolvidos no massacre no presídio do Carandiru começa nesta segunda-feira, no Tribunal do Júri, em São Paulo. Quase 21 anos depois dos crimes, eles respondem por 15 assassinatos ocorridos no pavilhão 9 da penitenciária, de um total de 111 vítimas da chacina, conhecida internacionalmente.
De 1992 para cá, o Brasil mudou muito - mas a situação degradante das prisões, estopim da rebelião que resultou no massacre, só piorou. O sociólogo Marcos Rolim, ex-presidente Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e especialista no sistema prisional brasileiro, lamenta ainda mais o fato de que boa parte da população ainda apoia o uso da violência contra prisioneiros.
O promotor Fernando Pereira da Silva, que tenta a condenação dos 26 policiais à pena máxima de 30 anos de prisão. Como o julgamento é um júri popular, ele concorda que a ideia de que "bandido bom é bandido morto" pode prejudicar a acusação.
O comandante das operações no Carandiru, coronel Ubiratan Guimarães, foi julgado e inocentado, e assassinado em 2006. Até hoje, ele foi o único a responder pelo massacre.
A advogada dos réus no processo, Ieda Ribeiro de Souza, baseia-se no argumento de que não existe uma testemunha ocular dos crimes e de que não é mais possível saber quem matou quem, o que no direito é conhecido como princípio da individualização de conduta de cada réu.
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