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Libération descreve como "medievais" clínicas para usuários de crack em SP

A hospitalização à força dos dependentes de crack decidida pelo governo de São Paulo é analisada na edição desta segunda-feira (22) pelo jornal progressista Libération. O diário apresenta aos franceses o termo 'nóia' para descrever os consumidores de crack, a maioria deles moradores de rua. Outro assunto em destaque na imprensa é a desaceleração da venda de carros no Brasil, reflexo da crise mundial.

Consumidores de crack, perto da estação da luz em São Paulo, 7 de dezembro de 2011
Consumidores de crack, perto da estação da luz em São Paulo, 7 de dezembro de 2011 REUTERS/Nacho Doce
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Segundo o Libération, a hospitalização à força dos consumidores de crack, em vigor desde 21 de janeiro em São Paulo, gera polêmica. Os partidários da medida, incluindo a presidente Dilma Rousseff, acham que a hospitalização é positiva, pois pode salvar vidas, mas os oponentes denunciam uma política autoritária.

O psiquiatra Dartiu Xavier, ouvido pelo jornal, explica que 90% dos usuários de drogas hospitalizados na marra acabam voltando às drogas. O psiquiatra denuncia uma "política de asilo" do governo, cujo objetivo é limpar a Cracolândia. O médico afirma que, quando estão nas ruas, os dependentes incomodam, evidenciando as falhas do poder público. "Eles se drogam por serem excluídos e não o contrário, como querem fazer acreditar", avalia o médico.

Outra crítica que se faz ao projeto é seu custo elevado, 100 milhões de euros, cerca de 260 milhões de reais. Especialistas na área acham que poderia dar mais resultados desenvolver estruturas extra-hospitalares, mais adaptadas a curas de desintoxicação e sobretudo mais baratas. As clínicas onde ficam os 700 leitos que o governo paulista quer destinar aos drogados são descritas como "medievais", "prisões". O Libération relata que a hospitalização à força também entrou em vigor no Rio de Janeiro, provocando reações dos usuários de crack, que fogem da polícia.

Cai venda de carros nos países do Brics

A queda nas vendas de carros nos países do Brics também é destaque nos jornais de hoje. O econômico Les Echos diz que a mesma tendência é observada na Rússia, na Índia e no Brasil. No caso da Rússia, a retração nas vendas terá impacto sobre as montadoras Renault e Nissan, já afetadas pela queda da atividade na Europa. Com "desempenho decepcionante", o Brasil só deve apresentar crescimento de vendas da ordem de 2,65%, sinal que "o mercado brasileiro se tornou maduro", escreve o Les Echos.

O conservador Le Figaro diz que as montadoras apostam suas fichas na China, construindo fábricas em ritmo acelerado. A China será o único país a escapar do marasmo em 2013, com aumento das vendas de carros de 6% a 8%.

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