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Imprensa francesa

Jornais destacam investigações sobre bens de políticos franceses

A temporada de caça aos políticos continua aberta aqui na França. Os jornais desta quinta-feira trazem novas reportagens sobre o caso do ex-ministro Claude Guéant, que está tendo dificuldades para explicar a origem de um misterioso depósito proveniente do exterior em sua conta bancária. Outro fato que ganhou destaque na imprensa foi a investigação da Justiça francesa sobre a compra de um luxuoso apartamento em Paris pelo filho do atual ministro das Relações Exteriores.

RFI
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"Sob o verniz, a grana", diz a manchete de Libération. O jornal progressista argumenta que as explicações fornecidas pelo ex-ministro do Interior Claude Guéant para justificar um depósito de meio milhão de euros em sua conta bancária não convencem.

O homem que já foi um símbolo de integridade hoje é suspeito de lavagem de dinheiro a fim de esconder um suposto financiamento líbio da campanha do ex-presidente Nicolas Sarkozy em 2007. A polícia também investiga faturas de pagamentos em dinheiro que segundo o ministro corresponderiam a um sistema de bônus em espécie que eram pagos à hierarquia da polícia para cobrir "despesas de investigação e vigilância" até 2006. Essa tradição foi substituída por bônus incluídos na folha de pagamento e sujeitos à cobrança de impostos.

"Por meio do ex-ministro do Interior, servidor dedicado a Sarkozy e a suas práticas, são os desvios do grupo do ex-presidente e de seu sistema político que estão sendo revelados"; conclui Libération em seu editorial.

Le Figaro dá menos destaque ao escândalo envolvendo Claude Guéant. O diário conservador enfatiza a polêmica criada por outra ex-ministra de Sarkozy, Roselyne Bachelot. "Ele é ou um mentiroso ou um ladrão", disse ela sobre Claude Guéant, o que valeu à ex-ministra críticas de seus colegas do partido UMP.

Le Figaro também traz informações sobre o artista flamengo do século 17 Andries van Eertvelt, autor dos quadros que Claude Guéant diz ter vendido para justificar o depósito de meio milhão de euros em sua conta bancária. Segundo uma empresa especializada, o preço médio de uma obra do pintor é 41 mil euros. O ex-ministro teria então vendido seus quadros muito acima do preço de mercado.

O tabloide Aujourd'hui en France traz a manchete "A verdade sobre o dinheiro secreto do Estado", e relata que as explicação do ex-ministro sobre os bônus em espécie pagos pelo governo a funcionários da polícia são contestadas por testemunhas da época.

Mas não é só a direita que está na mira da imprensa. Aujourd'hui En France afirma que a Justiça francesa está investigando as condições em que Thomas Fabius, filho do atual ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, comprou no ano passado um "suntuoso" apartamento em Paris. O valor do imóvel é de 7 bilhões de euros.

A informação havia sido revelada ontem pelos jornalistas da revista semanal Le Point. E, é claro, não ajuda em nada a melhorar a imagem do governo de François Hollande, após a recente renúncia do ministro do Orçamento acusado de fraude fiscal.

 

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