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Imprensa francesa critica a falta de sanções na resolução da ONU sobre a Síria

Os jornais franceses deste sábado, 28 de setembro de 2013, analisam a aprovação da resolução sobre as armas químicas da Síria pelo Conselho de Segurança da ONU. Os diários estão divididos entre análises positivas e negativas. Eles ressaltam que finalmente as Nações Unidas conseguiram votar um texto sobre a Síria, dois anos após o início do conflito. Mas lamentam que a resolução não preveja sanções automáticas contra o regime de Bashar al-Assad.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou na sexta-feira, 27/09/, resolução para destruir o arsenal químico sírio.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na sexta-feira, 27/09/, resolução para destruir o arsenal químico sírio. REUTERS/Lucas Jackson
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O Le Figaro informa que a resolução aprovada na última noite em Nova York prevê a erradicação do arsenal químico do regime sírio. O jornal conservador escreve que a missão de supervisão da ONU vai deixar Damasco, a capital da Síria, na próxima segunda-feira. Ela será substituída por um grupo de especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), encarregado de destruir o arsenal de Bashar al-Assad até meados de 2014. Le Figaro aplaude a aprovação do texto, negociado durante várias semanas, que representa um avanço importante da diplomacia internacional, principalmente francesa e americana. Mas lamenta a falta de sanções automáticas contra a Síria, como queria Paris, para evitar um novo veto da China e da Rússia, aliadas de Bashar al-Assad.

Esse acordo negociado entre americanos e russos foi mínimo, critica o Le Parisien. O tablóide também defende a diplomacia francesa dizendo que a resolução da ONU sobre a Síria é muito menos ambiciosa do que o projeto proposto por Paris. Além da falta de sanções, o Le Parisien lembra que o texto fala de maneira muito vaga em punir os responsáveis pelo ataque químico de 21 de agosto, que deixou mais de mil civis mortos na periferia de Damasco, e sem citar o nome de Bashar al-Assad.

A aprovação do texto por unanimidade é um alerta para Damasco, acredita o Le Monde. O Conselho de Segurança poderá aprovar uma nova resolução, desta vez com sanções ou autorizando um ataque contra a Síria, se Bashar al-Assad não respeitar o texto, escreve o jornal. Mas Le Monde cita também a ONG de direitos humanos Human Rights Watch para quem a resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU quase não traz reconforto para a população síria que vai continuar sendo vitima de armas convencionais.

Libération concorda com essa critica. Para a felicidade de al-Assad, os diplomatas concentraram seus esforços em destruir o arsenal químico sírio, escreve o jornal de esquerda em seu editorial. O presidente sírio voltou até a ser um interlocutor. Enquanto isso, no campo de batalha, com ou sem armas químicas, o conflito que já fez 120 mil mortos em dois anos e meio, continua a piorar.
 

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