As monarquias do Golfo Pérsico estão preocupadas com a reaproximação entre os Estados Unidos e do Irã. O telefonema de Barack Obama na sexta-feira da semana passada ao novo presidente iraniano, Hassan Rohani, não agradou nem um pouco os dirigentes do Golfo, que nos últimos anos fizeram de tudo para isolar o Irã na região. A questão põe na pauta central do Oriente Médio a velha briga histórica entre o Irã, país xiita, e as monarquias do Golfo, governadas por sunitas.
A principal apreensão dos países do Golfo Pérsico é que o Irã passe a ter influência no jogo político internacional. Eles temem que um Irã forte consiga derrubar os governos sunitas e instalar xiitas no comando de países no Oriente Médio. Isso poderia significar o fim das monarquias do Golfo.
Outro ponto delicado é o conflito na Síria. O rei da Arábia Saudita foi o primeiro dirigente no mundo a pedir que Bashar al-Assad, aliado do Irã, deixasse o poder há mais de 2 anos, quando começaram as revoltas na Síria. A permanência de Assad só fortalece o Irã. Essa reaproximação entre Teerã e Washington coloca os países do Golfo em uma situação complicada, de perdedores, justo eles que são aliados dos Estados Unidos na região.
Clique acima para ouvir o Linha Direta com nossa correspondente no Golfo Pérsico Karina Hermesindo
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