"A ONU estima que entre um terço e metade de toda a comida produzida no mundo vai direto pro lixo", impressiona-se Bastien Beaufort, um dos fundadores do movimento Disco Soupe, que milita em Paris contra o desperdício de alimentos. A ideia é juntar alimentos que estão ruins para o mercado - feios, desproporcionais ou próximos do fim da validade - mas bom para o consumo, cozinhá-los em uma grande festa e oferecê-los na rua, de forma gratuita.
O movimento se enquadra na ideologia da "slow food", que é mais do que uma evidente oposição ao conceito de fast food. Beaufort explica: "o fast food não é só um hambúrguer que você vai comer, o fast food é um modelo de vida porque se expande no mundo todo. Se você faz mais fast foods, vão desaparecer os pratos típicos. A ideia do "'slow food" é dizer: 'se desaparecer este tipo de culturas típicas, tradicionais, de comidas ancestrais, vão desaparecer também as pessoas por trás'". É uma militância cultural.
Se o fast food se apoderou tanto de nosso modo de vida, os dados de desperdício da ONU chocam, mas não surpreendem. Jogar fora é a outra face da moeda do consumismo. E há período de maior consumismo do que o Natal? Com o mundo imerso em uma crise econômica de proporções catastróficas, a reportagem da RFI Brasil conversa com Bastien Beaufort para mostrar alternativas de aproveitamento de comida e conhecer os planos da Disco Soupe para 2014. Clique no link acima para ouvir a matéria.
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