Acessar o conteúdo principal
Oposição/Venezuela

Líder da oposição da Venezuela é preso em Caracas

Manifestantes antigoverno lotaram as ruas de Caracas nesta terça-feira (18), depois que o líder da oposição venezuelana, Leopoldo López, se entregou à Justiça. Ele passou a noite em uma prisão para detidos políticos e deve comparecer a uma audiência nesta quarta-feira (19), quando estão previstas novas manifestações contra o governo do presidente Nicolás Maduro. 

O opositor venezuelano Leopoldo López segurava uma bandeira do país e três flores no momento em que se entregou às autoridades.
O opositor venezuelano Leopoldo López segurava uma bandeira do país e três flores no momento em que se entregou às autoridades. REUTERS/Jorge Silva
Publicidade

Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas

Leopoldo López se entregou à Guarda Nacional Bolivariana na tarde de ontem, em Caracas. Ele é acusado de homicídio intencional, terrorismo e lesões graves pelos atos do último 12 de fevereiro, quando uma multidão insatisfeita com o governo do presidente Nicolás Maduro foi às ruas protestar e três pessoas foram mortas por armas de fogo. Antes de se entregar, López afirmou que é inocente e que não deixará o país.

Os manifestantes se reunirão às 10h da manhã desta quarta-feira (11h30 pelo horário de Brasília), em frente ao Palácio de Justiça em apoio a López. Ele passou a noite em Ramo Verde, prisão dos presos políticos localizada em Los Teques, cidade-dormitório nas imediações de Caracas. O opositor enviou uma mensagem ontem pelas redes sociais na qual afirma “que continua lutando contra a ditadura do governo de Nicolás Maduro”.

Ao se entregar, López entrou em um camburão da Guarda Nacional, que teve dificuldades para sair do local da concentração devido ao grande número de manifestantes. Em seguida, ele foi colocado em um carro dirigido pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Uma manobra foi feita para confundir os manifestantes, que acreditavam que o opositor estava sendo levado para a base aérea de La Carlota, quando, na verdade, Leopoldo estava sendo conduzido ao Palácio de Justiça. Ele passou por exames médicos e foi apresentado ao tribunal.

De acordo com o Código Penal venezuelano, o tribunal tem 48 horas para decidir se deixa López preso ou em liberdade.

Panelaço

Na noite de ontem os manifestantes continuaram nas ruas de Caracas e fizeram um “panelaço”. Os protestos em outras partes do país não foram pacíficos como na capital.

Em Valencia, região central da Venezuela, várias pessoas foram baleadas, entre elas, a Miss Carabobo, Génesis Carmona, que foi atingida no cérebro por uma bala perdida. O caso da jovem, de 22 anos, é grave.

Guerra psicológica

O presidente Nicolás Maduro, que também recebeu o apoio de manifestantes favoráveis a seu governo, declarou que a oposição ameaçava derrubar o governo. “Não há direito à guerra psicológica”, disse. Segundo o chefe de Estado, o governo conseguiu garantir a paz e controlar os ataques.

O ex-presidente Hugo Chávez foi lembrado em diversos momentos por Maduro, que rebatizou a Faixa do Orinoco, uma das mais importantes regiões de extração de petróleo no país, que agora se chama Faixa Chávez.

Repressão à imprensa

Os meios de comunicação continuam sofrendo repressões durante a cobertura dos protestos na Venezuela. Na noite de ontem, a equipe de correspondentes estrangeiros da rede CNN teve todos os equipamentos roubados. A jornalista Osmary Hernández informou que integrantes de grupos armados ligados ao governo, conhecidos como “coletivos”, são os responsáveis pelo crime, que aconteceu em um bairro popular de Caracas.

O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS, sigla em espanhol) denunciou 27 casos de violações à liberdade de expressão.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.