Sindicatos franceses mostram desunião no Dia do Trabalhador
Tradicionalmente, os jornais franceses não publicam edições no dia 1° de Maio. Mas como já é de praxe nos últimos anos, continuam cobrindo o noticiário em seus sites. O grande destaque desta quinta-feira na Internet é a comemoração do Dia do Trabalhador.
Publicado em: Modificado em:
Le Monde afirma que já há vários anos o dia internacional de solidariedade aos trabalhadores virou um dia de discórdia entre os sindicatos. Mais uma vez este ano, as duas principais centrais sindicais francesas, a CGT e a CFDT, comemoram a data separadamente.
O jornal explica que as duas entidades divergiram no passado sobre a flexibilidade do emprego e a aposentadoria, e hoje em dia discordam sobre a posição a adotar diante do plano de austeridade do primerio-ministro francês, Manuel Valls.
Libération vai no mesmo caminho, com o título "Desunião sindical para a passeata do 1° de Maio". O jornal progressista informa que a CGT et a FO, terceira grande central sindical francesa, vão fazer uma passeata juntas em Paris, mas sem a CFDT, "considerada complacente demais em relação à política do governo".
Libération lembra que os sindicatos terão outras ocasiões de se unirem nesta primavera francesa. A começar do dia 15 de maio, dia de greve dos funcionários públicos para protestar contra medidas de austeridade que atingem a categoria.
Já o comunista L'Humanité enfatiza que este 1° de Maio é, para os trabalhadores, a primeira ocasião de protestar contra o plano do primeiro-ministro Manuel Valls para economizar 50 bilhões de euros em três anos. Em seu site, o jornal traz um mapa interativo mostrando as mais de 300 passeatas programadas em toda a França.
Joana d'Arc, ícone da extrema-direita
O partido de extrema-direita Frente Nacional organiza tradicionalmente uma manifestação em homenagem a Joana d'Arc no dia 1° de maio. E este ano, segundo o jornal Libération, a líder Marine Le Pen quer aproveitar o desfile para estimular seus seguidores a votarem nas eleições europeias de 25 de maio. Para ela, apoiar a União Europeia, é "agir contra a França", lembra o diário.
Já Le Figaro aponta que os feriados custam uma fortuna à França. Maio é um mês com três feriados que caem na quinta-feira este ano - e outras tantas sextas-feiras que são enforcadas por muitos trabalhadores.
Segundo os especialistas consultados pelo jornal conservador, no ano passado os feriados tiveram um impacto negativo de 2 bilhões de euros sobre o PIB da França. Em contrapartida, alguns setores da economia esperam com impaciência os feriados do mês de maio: as empresas de turismo e lazer acreditam que terão um movimento melhor do que no ano passado.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro