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Linha Direta

Popularidade de Putin não pára de crescer na Rússia

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O presidente russo, Vladimir Putin, visita nesta quarta-feira (13) a península da Crimeia, região reintegrada por Moscou em março deste ano. A visita se dá em um momento de tensão após o envio de um comboio humanitário pela Rússia ao leste da Ucrânia. A ação ocorre em cooperação com a Cruz Vermelha, mas Ucrânia, União Europeia e Estados Unidos expressaram receio de que se trate de um pretexto para intervenção armada.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chega à península da Crimeia em 13 de agosto de 2014.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chega à península da Crimeia em 13 de agosto de 2014. REUTERS/Alexei Druzhinin/RIA Novosti/Kremlin
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Marina Darmaros, correspondente da RFI Brasil em Moscou

A visita de Putin à Crimeia irá durar dois dias e foi condenada como mais um desafio ao Ocidente, já que a reintegração da península à Rússia em março não foi reconhecida pela comunidade internacional. Nesta quarta-feira (13), o líder russo estará em Sebastopol, onde se reúne com membros do Conselho de Segurança russo. No dia seguinte irá se encontrar com membros de todas as correntes do parlamento, o porta-voz da Duma de Estado e o premiê russo, Dimitri Medvedev.

Um dos pontos principais da visita de Putin será a discussão com encarregados de cultura sobre a integração da península nas atividade culturais russas. Neste sentido, o premiê Medvedev ordenou a criação da Universidade Federal da Crimeia.

Comboio polêmico

A comunidade internacional teme que o comboio de ajuda humanitária seja um cavalo de Troia. Os caminhões com ajuda humanitária deixaram os arredores de Moscou na terça-feira (12) e devem levar alguns dias para fazer a viagem de mais de mil quilômetros até as regiões do Leste ucraniano.

Apesar de a ação ocorrer em cooperação com a Cruz Vermelha, há a suspeita por parte da Ucrânia, dos Estados Unidos e da União Europeia de que os caminhões enviados pela Rússia sejam uma tentativa de infiltrar forças russas no país sob pretexto de uma missão humanitária.

A desconfiança é fomentada pelas declarações ucranianas de que há um agrupamento de 45 mil soldados russos na fronteira. A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) diz que há uma grande possibilidade de Moscou intervir militarmente no leste do país, onde estão os separatistas pró-Rússia. O governo de Kiev reclamou da medida de Moscou e os governos europeus expressaram preocupação com a ação.

O chefe-adjunto do gabinete da presidência ucraniana, Valéri Tcháli, disse em coletiva que o carregamento será transferido pela Cruz Vermelha para outros veículos na fronteira e que não permitirá que o comboio entre no país.

Os Estados Unidos disseram ser favoráveis à ajuda humanitária de Moscou, mas somente sob o controle da Ucrânia. Segundo a porta-voz do Departamento de Estado americano, Mary Harf, o material enviado pela Rússia deve ser checado pela alfândega ucraniana e entregue ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha para distribuição.

Popularidade em alta

É impressionante, mas a popularidade de Putin não apenas não recuou, como cresceu nesse contexto político complicado.

Um estudo divulgado nesta semana pelo principal centro independente de pesquisas do país, o Levada, mostra que o número de pessoas que votaria em Putin nas eleições presidenciais dobrou nos últimos seis meses. O eleitorado do líder russo chegou a 52% do total de entrevistados e a 82% dos entrevistados que dizem já ter uma decisão tomada quanto ao voto.

Em pesquisa análoga em janeiro deste ano, apenas 29% dos entrevistados se diziam prontos a apoiar Putin.
Ainda em meados de julho, uma pesquisa do centro americano Gallup mostrou que a popularidade do presidente chegou a um nível máximo em seis anos. Outra pesquisa do Levada mostra ainda que os russos não acreditam que serão afetados pelas sanções americanas e europeias à Rússia.

A maior parte dos entrevistados - 39% - concorda com a necessidade de embargos como resposta aos países que aplicaram sanções à Rússia, contra apenas 6% que acreditam que estes são desnecessários. E 61% dos entrevistados disseram acreditar que inimigos externos e internos ameaçam o país; 44% pensam que o mundo respeita mais a Rússia agora.

 

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