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Linha Direta

George Clooney diz que "é Charlie" no Globo de Ouro

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Com a defesa da liberdade de expressão como tema extraoficial, o Globo de Ouro, espécie de prévia informal do Oscar, pemiou na noite de domingo (11) em Los Angeles alguns dos concorrentes mais cotados para receber a estatueta da Academia de Artes de Hollywood em fevereiro. A premiação também deu espaço para discursos contra o totalitarismo político da Coreia do Norte e os ataques terroristas da semana passada em Paris.

Da esq. para dir: Patricia Arquette, Lorelei Linklater, o diretor, Richard Linklater, Ellar Coltrane e Ethan Hawke, de 'Boyhood', com os três troféus do Globo de Ouro.
Da esq. para dir: Patricia Arquette, Lorelei Linklater, o diretor, Richard Linklater, Ellar Coltrane e Ethan Hawke, de 'Boyhood', com os três troféus do Globo de Ouro. REUTERS/Mike Blake
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Eduardo Graça, correspondente em Nova York para a RFI

George Clooney, o principal homenageado da noite, recebeu o prêmio Cecil B.deMille ostentando um broche com a frase “Je suis Charlie” (eu sou Charlie, em francês). Ele afirmou que o dia havia sido extraordinário, por conta dos mais de um milhão de cidadãos que saíram às ruas de Paris, de braços dados, nas palavras do ator, “não para protestar, mas para reafirmar que, juntos, não se renderiam ao medo”.

A festa, que contou com apresentadores como Prince - com o autor de “Purple Rain” ostentando uma cabeleira afro e óculos escuros -, consagrou os filmes “Boyhood: Da Infância à Juventude”, “Birdman” e “Hotel Budapeste”. O grande vitorioso foi “Boyhood: Da Infância à Juventude”, escolhido melhor filme dramático. Filmado durante dozes anos, durante os quais o diretor Richard Linklater acompanhou a vida de uma família americana no Texas, “Boyhood” também garantiu prêmios para o próprio Linklater e para a atriz coadjuvante Patricia Arquette.

Esse foi o projeto mais original de Hollywood este ano e deverá ter como principais adversários no Oscar outros dois grandes filmes, “Birdman”, do mexicano Alejandro González Iñárritu, e “O Grande Hotel Budapeste”, de Wes Anderson, que levou o Globo de Ouro de melhor melhor filme de comédia.
Entre as atrizes, Julianne Moore saiu na frente, com o prêmio de melhor interpretação de drama por “O Meu Nome é Alice”. E, entre os atores, os prêmios foram para Michael Keaton, no papel-título do cerebral “Birdman”, e o inglês Eddie Redmayne, por “A Teoria de Tudo”, em que ele encarna o físico Stephen Hawking. No Globo de Ouro, ao contrário do Oscar, filmes e atores têm duas chances de serem premiados, com as obras separadas, de forma mais ou menos lógica, em comédia e drama.

Dupla de comediantes

A premiação foi apresentada, mais uma vez, pelas comediantes Tina Fey e Amy Poehler. As duas se superaram, com direito a Meryl Streep reclamando publicamente que sentirá falta da dupla no ano que vem. As duas começaram brincando que, como este é o último ano em que elas apresentam o Globo de Ouro, poderiam fazer o que bem entendessem. Não havia risco, afinal, de serem demitidas.

Em seguida, avisaram que a noite era para celebrar os filmes sensacionais que Hollywood lançou e que a Coreia do Norte deu permissão para chegarem às telas de cinema, uma crítica à decisão inicial da Sony Pictures de não lançar comercialmente o filme “A Entrevista”, centrado no assassinato fictício, a mando da CIA, do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

Com a ajuda da atriz Margaret Cho, no papel de uma jornalista coreana, a ditadura comunista foi motivo de piada a noite inteira. E o presidente da Associação de Jornalistas Estrangeiros de Hollywood, entidade responsável pelo Globo de Ouro, foi aplaudido de pé ao lembrar que a festa era uma celebração da liberdade de expressão, valor importante a ser defendido tanto em Hollywood quanto na Coreia do Norte e em Paris.

Globo de Ouro x Oscar

No ano passado, os principais vencedores do Globo nas categorias de cinema - o filme “12 Anos de Escravidão”, os atores Matthew McConaughey, Cate Blanchett e o diretor Alfonso Cuarón - também levaram para casa suas estatuetas no Oscar. Mas são mais de 6 mil profissionais do cinema votando no Oscar, enquanto apenas 81 jornalistas dos quatro cantos do mundo baseados em Los Angeles decidem quem merece o Globo de Ouro. O que faz de um prêmio a antecipação do outro é o fato de esses jornalistas estarem especialmente atentos aos burburinhos de Hollywood e de desejarem de fato antecipar o que vai acontecer no Oscar.

Como a esta altura, os votos para o Oscar já foram todos depositados, os eleitores não serão influenciados pelo resultado do Globo de Ouro, e sim o contrário. Ou seja, “Boyhood”, “Birdman” e “Hotel Budapeste”, três das melhores produções de Hollywood em 2014, são os grandes favoritos para o Oscar deste ano. O anuncio dos indicados sai nesta quinta-feira.

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