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EUA/Israel

Para EUA, investigação de crimes de guerra de Israel pelo TPI é “ironia trágica”

Os Estados Unidos condenaram a iniciativa do Tribunal Penal Internacional (TPI) de abrir uma investigação contra crimes de guerra de Israel nos territórios ocupados. A decisão é o primeiro passo para um eventual inquérito. Os fatos se referem à ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza em 2014, em represália ao sequestro e morte de três jovens israelenses, que deixou um saldo de cerca de 2.200 vítimas fatais.

Duas mulheres observam as ruínas de suas casas em agosto de 2014, na Faixa de Gaza.
Duas mulheres observam as ruínas de suas casas em agosto de 2014, na Faixa de Gaza. REUTERS/Mohammed Salem
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Washington não tardou a reagir à iniciativa do Tribunal Penal Internacional, que anunciou na sexta-feira (16) a decisão de investigar as operações militares israelenses na Faixa de Gaza em junho de 2014, que deixaram um saldo de 2.200 palestinos mortos, civis em sua maioria.

O porta-voz do departamento de Estado, Jeff Rathke, emitiu um comunicado na mesma noite, discordando da ação da procuradoria do tribunal. Rathke também afirmou que “é uma trágica ironia que Israel, que viu mísseis terroristas serem lançados contra o seu povo e seus bairros, seja agora perseguido pelo TPI”.

Do lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahou julgou o fato “escandaloso” e argumentou que como a Palestina não é um Estado, o TPI não tem nenhuma jurisdição sobre ela.

Ofensiva diplomática

A investigação preliminar do TPI é conseqüência da ofensiva diplomática dos palestinos na ONU; eles aderiram ao tribunal em 2 de janeiro deste ano, provocando a ira de Israel, que cortou uma ajuda de centenas de milhares de euros à Autoridade Palestina.

Ao pedir sua adesão, a Autoridade enviou um documento ao tribunal autorizando a procuradoria a investigar supostos crimes cometidos nos territórios ocupados desde 13 de junho de 2014. Nesta data, Israel lançou uma vasta ofensiva que resultou na prisão de mais de 2.000 palestinos na Cisjordânia e ataques em Gaza, que fizeram 2.200 vítimas, a maioria civis- uma represália ao rapto e assassinato de três jovens israelenses.

A adesão dos palestinos ao TPI os autoriza a pedir contas aos dirigentes israelenses sobre futuras operações militares em Gaza ou sobre a colonização da Cisjordânia. A procuradoria do TPI poderá abrir inquéritos a partir de 1° de abril.
 

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