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Sudão do Sul/Crianças-soldados

Grupo armado sequestra 89 adolescentes no Sudão do Sul

Pelo menos 89 adolescentes, de 13 a 18 anos, foram sequestrados no Sudão do Sul por um grupo armado não identificado. A informação foi divulgada pela Unicef, que chama a atenção para os raptos que têm como objetivo recrutar crianças-soldado para os combates na região.

Crianças-soldado durante cerimônia de desarmamento, organizada pela Unicef no Sudão do Sul.
Crianças-soldado durante cerimônia de desarmamento, organizada pela Unicef no Sudão do Sul. AFP PHOTO/Charles LOMODONG
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Os adolescentes foram capturados em Wau Shilluk, cidade no norte do Sudão do Sul que abriga cerca de 100 mil refugiados. O sequestro aconteceu quando os jovens estavam estudando e tiveram a sala de aula invadida por homens armados. Seis professores também foram raptados. O episódio ocorreu na semana passada, mas a informação foi divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apenas neste sábado (21).

Segundo Doune Porter, porta-voz da organização na região, o número de pessoas capturadas pode ser ainda maior. “Nós temos relatórios que indicam que mais jovens foram sequestrados, pois os soldados continuaram o ataque, entrando em várias casas em busca de rapazes”, relata.

O recrutamento de crianças-soldado é uma prática frequente na região, principalmente desde dezembro de 2013, quando os conflitos foram retomados. A Unicef afirma que 12 mil jovens foram capturados com essa finalidade. A organização também chama a atenção para o fato de que 400 mil crianças deixaram de ser escolarizadas desde a retomada dos conflitos no Sudão do Sul.

Crianças recrutadas pelo exército

No início de fevereiro, um relatório da ONG Human Rights Watch havia acusado as forças do governo e os rebeldes de “recrutarem ativamente” crianças-soldado, apesar da lei proibir essa prática. O ministro da Informação do Sudão do Sul, Michael Makuei, contestou o estudo. “Porque nós iríamos recrutar crianças se temos tropas suficientes?”, rebateu o representante do governo.

Os conflitos no Sudão do Sul foram retomados no final de 2013, com combates dentro do próprio exército do jovem país, independente desde 2011. A rivalidade do chefe de Estado, Salva Kiir, e do ex-vice-presidente, Riek Machar, que pertencem a dois grupos étnicos diferentes, alimentou as tensões.

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