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Egito/Canal de Suez

Inauguração do novo Canal de Suez tem boa dose de marketing, dizem jornais franceses

"Balões, outdoors, promoções e uma cobertura incessante da mídia": é desta forma que o jornal Libération abre sua matéria sobre a inauguração do aumento do Canal de Suez que acontece nesta quinta-feira (6). Pulmão econômico do Egito, por onde transita 8% do comércio marítimo mundial, o canal vai dobrar de tamanho e pretende dobrar os lucros lançando um novo trecho de 72 quilômetros.

Capa do jornal Libération desta quinta-feira, dia 6 de agosto de 2015.
Capa do jornal Libération desta quinta-feira, dia 6 de agosto de 2015. Reprodução
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"Balões, outdoors, promoções e uma cobertura incessante da mídia": é desta forma que o jornal Libération abre sua matéria sobre a inauguração do aumento do Canal de Suez, que acontece nesta quinta-feira (6). Pulmão econômico do Egito, por onde transita 8% do comércio marítimo mundial, o canal vai dobrar de tamanho e pretende dobrar os lucros lançando um novo trecho de 72 quilômetros.

A obra simboliza o orgulho dos egípcios, e a mídia local garante que a reforma é de uma magnitude "histórica", escreve o Libération, reproduzindo a declaração do almirante egípcio Mohad Mamiche. "É o equivalente a entrar em uma nova era", garante o militar responsável pela administração do Canal. "O presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi vai andar sobre as águas", diz o diário progressista.

Ambições econômicas

Além de toda a encenação que, de acordo com a mídia francesa, serve para enaltecer o governo de Al-Sissi aos olhos do Ocidente, em termos econômicos, grandes ambições pairam sobre a obra. A expectativa do governo egípcio é de dobrar o trânsito de cargueiros entre a Ásia e a Europa, reforçar a posição do Canal de Suez como a principal via marítima do mundo e multiplicar por dois os lucros provenientes da sua exploração.

Isso dentro de um país massacrado pela crise política, desde a queda de Hosni Mubarak, que perdeu boa parte de seus investidores e que viu um de seus principais setores, o turismo, ir por água abaixo nos últimos anos.

O jornal econômico Les Echos de hoje escreve em sua manchete: "O Egito abre uma nova rota do comércio mundial". O diário ressalta que o país prevê o crescimento de 250% dos lucros do canal até 2023 e promete a criação de mais de um milhão de empregos. Les Echos também revela que a obra faraônica custou € 7,8 bilhões e teve a participação de 43 mil trabalhadores.

Convidado de honra

O presidente francês François Hollande é convidado de honra hoje no evento de inauguração, destaca o jornal Le Figaro, lembrando que três aviões franceses Rafale, entre os 24 comprados recentemente pelo Egito, abrirão essa pomposa cerimônia.

A presença de um líder francês no evento não acontece apenas pelos laços históricos que unem Paris e Cairo, lembra o diário. Essa aproximação é estratégica e reflete o caos no Oriente Médio, publica Le Figaro.

Outro jornal, o Aujourd'hui en France destaca que Hollande e Al-Sissi discutirão temas importantes hoje, como a questão da paz entre israelenses e palestinos, a situação catastrófica no Iêmen e na Líbia e, principalmente, formas de lutar contra avanço do grupo Estado Islâmico.

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