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Saúde em dia

Estudo mostra que pílula anticoncepcional evitou 200 mil casos de câncer em dez anos

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O uso da pílula anticoncepcional teria evitado 200 mil casos de câncer do endométrio – membrana que recobre o útero - em dez anos, em países desenvolvidos. Esse é o resultado de uma pesquisa publicada pela revista médica The Lancet. Conduzida por uma equipe de especialistas da Universidade de Oxford, o estudo destaca que o “efeito protetor” da pílula se mantém mesmo anos após a mulher ter parado com a ingestão diária do medicamento.

O uso de anticoncepcionais (foto) pode ter evitado 200 mil casos de câncer do endométrio nos últimos 10 anos.
O uso de anticoncepcionais (foto) pode ter evitado 200 mil casos de câncer do endométrio nos últimos 10 anos. Michelle Daniau / AFP
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Os pesquisadores estudaram cerca de 27 mil casos de mulheres com câncer do endométrio em 36 países da Europa, América do Norte, Ásia, Austrália e África do Sul. Eles concluíram que, num espaço de 50 anos, cerca de 400 mil casos dessa doença, de um total de 3,4 milhões de incidências, puderam ser evitados graças ao uso de contraceptivos orais. Desse total, 200 mil casos foram evitados nos últimos dez anos (2005-2014).

“É um estudo importante, ele sugere que se a pessoa toma a pílula por pelo menos cinco anos, o risco de incidência diminui nos próximos 30 anos”, diz Glauco Baiocchi Neto, cirurgião-oncológico e diretor de ginecologia do AC Camargo Cancer Center, de São Paulo. Ou seja, ela fica protegida durante muitos anos, incluindo o período em que o câncer do endométrio é mais frequente, que é após a menopausa.

Proteção

“O resultado da pesquisa faz muito sentido, pois com a pílula, a mulher está sendo preservada de uma exposição hormonal durante um período grande, com ganhos no futuro”, diz Mariana Laloni, oncologista clínica do Centro Paulista de Oncologia. Ela ressalta ainda que “a automedicação e o uso de medicamentos sem as orientações necessárias podem prejudicar o acompanhamento, seja ele preventivo ou terapêutico”.

Paralelamente ao anúncio do estudo, continua o debate sobre os riscos de alguns cânceres que podem estar ligados com a ingestão da pílula. Em 2005, o IARC, agência do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), estimava que a pílula era responsável por um ligeiro aumento do câncer do seio, do colo do útero e do fígado, mas que tinha um efeito protetor contra o câncer do ovário ou do endométrio.

 

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