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Vaticano/Sínodo

Sínodo chega ao fim no Vaticano evitando questões polêmicas

Bispos de todo o mundo vão votar e entregar neste sábado (24) ao papa Francisco o relatório final de três semanas de debates sobre a família. Os resultados apresentados podem decepcionar a ala mais progressista devido à falta de avanços sobre questões urgentes, como o divórcio e a homossexualidade.

Papa Francisco deixa reuniões do Sínodo em Roma.
Papa Francisco deixa reuniões do Sínodo em Roma. REUTERS/Alessandro Bianchi Open in New Window Download Picture
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Os 270 "padres sinodais", representando bispos de todo o mundo, escutarão primeiro a leitura do documento final após a incorporação das modificações exigidas da sexta-feira. O texto, com cerca de 90 parágrafos numerados, deve ser adotado por uma maioria de dois terços.

"É um texto moderado, aceitável para todos", adiantou na sexta-feira (23) o cardeal indiano Oswald Gracias. Mas para alguns bispos e cardeais da ala conservadora, trata-se de um documento "confuso", enquanto para outros, da ala progressista, o texto é "tímido".

Os dois setores têm tido uma forte discussão sobre o acesso à comunhão dos divorciados novamente casados no civil, embora a maioria dos participantes comemoraram a discussão do assunto. Já sobre a questão da homossexualidade, um dos grupos linguísticos que preparou o relatório afirma que “faltou tempo para refletir sobre a situação das pessoas homossexuais nas diversas sociedades”.

O tema foi alvo de polêmicas desde a abertura do sínodo, quando um padre polonês assumiu sua homossexualidade e afirmou viver com um companheiro. Krysztof Olaf Charamsa foi afastado de suas funções e sua declaração, feita à imprensa italiana e polonesa um dia antes do início da reunião, foi classificada pelo Vaticano como "muito grave e irresponsável".

Charamsa, no entanto, afirmou que “chegou a hora de a Igreja abrir os olhos para o gays católicos e entender que a solução que ela propõe a eles, uma abstinência total e uma vida sem amor, é desumana”.

Papa decide como usar o texto do sínodo

No total, 1.355 emendas foram apresentadas pelos 13 grupos linguísticos depois de quase um mês de deliberações, sinal de uma participação ativa. Um comitê de redação, composto por dez pessoas, escolhidas pelo papa, supervisiona o documento final para que leve em conta as diferentes considerações.

Uma vez votado, o documento é apresentado ao papa Francisco, que decide como usar o texto: se vai publicá-lo ou usá-lo como base para um documento papal.

O relatório é uma mensagem ou um conjunto de reflexões dirigidas ao papa "e não uma mensagem para o mundo", explicou um porta-voz do Vaticano. Especialistas dizem que o sumo pontífice deve usar o documento como base para sua futura exortação apostólica sobre a família.

(Com informações da AFP)

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