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Jornais indicam quantidades saudáveis de consumo de carnes

O risco de câncer provocado pelo consumo de carnes vermelhas e embutidos, como o bacon, a linguiça e salsichas industrializadas, evocado ontem no estudo de uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), é extensamente comentado pela imprensa francesa nesta terça-feira (27). Os jornais tentam orientar os leitores sobre os aspectos positivos e negativos do consumo de carne.

O consumo de carne recua regularmente na França desde a década de 1990 e caiu de 4% entre 2004 e 2014.
O consumo de carne recua regularmente na França desde a década de 1990 e caiu de 4% entre 2004 e 2014. Getty Images/Bloomberg
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Sobre a imagem de um apetitoso pedaço de filé mignon, o jornal Aujourd'hui en France questiona: "o que a gente ainda pode comer?". O diário lembra que a OMS classifica os produtos de consumo em três grandes grupos de risco: os cancerígenos, os provavelmente cancerígenos e os chamados "inclassificáveis", que ainda não foram suficientemente estudados. Nesta última categoria estão os chás, o petróleo e até a tinta das impressoras.

Agora já se sabe que embutidos como o presunto, o bacon e a linguiça certamente aumentam o risco de câncer, não só do intestino, mas também da próstata e do pâncreas. Esses derivados da carne foram catalogados pela OMS na mesma categoria do álcool, do tabaco e da poluição. As carnes procedentes de tecidos musculares de mamíferos, incluindo as carnes bovina, suína, ovina, equina e caprina, são provavelmente cancerígenas, mas isso não significa que elas devam ser banidas da alimentação, escreve Aujourd'hui en France.

Benefícios da carne

Aujourd'hui en France ouviu o Dr. Fabrice Pierre, pesquisador do Instituto Nacional do Câncer. O médico afirma que a carne é um produto de valor nutricional importante para o aporte de ferro ao organismo. Ele diz que o segredo está na quantidade ingerida por semana, que não deve ultrapassar 500 gramas por pessoa. Com relação aos frios e embutidos, o especialista realmente desaconselha o consumo.

O jornal Le Figaro lembra que a carne é particularmente rica em proteínas, um alimento indispensável à boa densidade dos ossos, além de fonte de vitaminas do complexo B. Quanto aos embutidos, Le Figaro considera que é melhor não ultrapassar 100 gramas de consumo por semana, uma vez que esses produtos têm baixo valor nutritivo, são geralmente muito salgados e gordurosos.

Em entrevista aojornal, o diretor da Interbev, entidade que representa o setor de carnes na França, afirma ter ficado "chocado com as generalizações contidas nesse estudo", que segundo ele, "leva em conta apenas o risco potencial de câncer provocado pela ingestão de carne, sem considerar as especificidades da produção em cada país".

Carne não mata, ameniza Libération

O jornal Libération também questiona a forma como essa informação científica foi veiculada, uma vez que o assunto é complexo e admite variantes como quantidade consumida, modo de produção etc.

Para o Libération, o estudo da OMS deve ser interpretado da seguinte forma: as populações em estado de subnutrição ou desnutrição devem comer carne sem preocupação, enquanto que nos países onde a obesidade aumenta devido a uma dieta rica em gorduras, o consumo deve diminuir. Nada a ver, segundo o Libération, com uma manchete do tipo "a carne mata".

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