Na Alemanha, Obama vai enfrentar resistência contra livre comércio

O presidente norte-americano desembarca neste domingo (24) na Alemanha, para inaugurar a Feira da Indústria de Hanover. Na véspera, milhares de pessoas protestaram contra o projeto de Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio de Investimento (TTIP), que está sendo negociado entre Estados Unidos e União Europeia. 

Manifestantes protestam em Hanover neste sábado (23), antes da chegada do presidente Barack Obama. REUTERS/Kai Pfaffenbach

Mais de 35.000 pessoas saíram às ruas de Hanover, segundo a polícia, 90.000 segundo os organizadores. Os protestos foram calmos e os manifestantes empunhavam cartazes contra o TTIP, que está sendo negociado entre União Europeia e Estados Unidos.

Na Alemanha, os opositores aos acordos de livre comércio estão mobilizados. ONGs e sindicatos criticam há vários meses o acordo e afirmam que reduziria os parâmetros das normas sanitárias europeias e daria a possibilidade às multinacionais de recorrer às leis de um Estado ante um tribunal de arbitragem.

O ceticismo é grande entre a sociedade civil dos dois lados do Atlântico. Apenas 17% dos alemães e 15% dos americanos consideram que o TTIP é "algo bom", contra mais de 50% que tinham a mesma opinião em 2014, segundo uma pesquisa da fundação Bertelsmann.

Tratado transatlântico é prioridade para Obama

Em Londres, antes de sua ida à Alemanha, Obama declarou que entende as dúvidas provocadas pelo projeto de tratado e concordou que, antes, os acordos comerciais "às vezes serviram aos interesses das grandes empresas e não necessariamente aos dos trabalhadores dos países onde estão baseadas"

O presidente americano fez do acordo de livre comércio uma das prioridades de seu último ano de mandato, apesar do tema ter perdido muita popularidade nos Estados Unidos, onde é associado à perda de empregos vinculada à globalização.

Barack Obama deve inaugurar no domingo (24) a Feira da Indústria de Hanover, ao lado da chanceler Angela Merkel. Ele vai aproveitar a ocasião para dar um novo impulso às negociações sobre o maior acordo comercial do tipo em todo o mundo, em um momento de dificuldades. Em declarações ao jornal alemão Bild, Obama disse que o acordo de livre comércio "é um dos melhores caminhos para promover o crescimento e criar empregos", tanto nos Estados Unidos como na União Europeia.

(Informações da AFP)