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Economia

Para ecologistas, fusão de Bayer com Monsanto é "casamento dos infernos"

O grupo farmacêutico alemão Bayer anunciou nesta quarta-feira (14), a compra da empresa americana Monsanto, líder do setor de sementes transgênicas de milho, trigo e soja. Esta foi a compra mais cara da história de uma companhia da Alemanha.

Juntos, Bayer e Monsanto vão virar gigante mundial.
Juntos, Bayer e Monsanto vão virar gigante mundial. REUTERS/Brendan McDermid/File Photo
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As ofertas apresentadas pela Bayer desde maio deste ano, cada vez mais elevadas, haviam sido rejeitadas por Monsanto, que se mostrava aberto a negociar mas indicava a existência de outras propostas sobre a mesa. Propostas que não foram confirmadas. O outro grande nome da indústria química alemã, a BASF, se recusou a entrar na disputa, apesar de acompanhar com atenção as eventuais vendas que as autoridades de concorrência poderiam exigir.

"A transição une duas atividades diferentes, mas fortemente complementares" em termos de sementes, fertilizantes e pesticidas, destaca a Bayer em um comunicado. Juntas, Bayer e Monsanto se converterão em um gigante mundial com um volume de negócios anual de mais de US$ 25 bilhões e quase 140.000 funcionários.

Para ecologistas, fusão é "casamento dos infernos"

Na Alemanha, país onde a sociedade se opõe em grande número aos transgênicos, a compra da Monsanto por uma das empresas históricas da indústria nacional, foi quase um tapa na cara das organizações e políticos ecologistas, que também criticam frequentemente os pesticidas de Bayer e chamam a fusão de "casamento dos infernos". Alguns agricultores também temem ficar de mãos amarradas no momento de negociar com apenas um fornecedor de sementes, fertilizantes e pesticidas.

"A aquisição da Monsanto significa mais transgênicos e mais glifosato no campo, algo que os consumidores rejeitam", advertiu a ONG Campact. Mas desde o início do processo, o novo presidente da Bayer, Werner Baumann, afirmou que seria capaz de "lidar com a reputação da Monsanto". Ele espera compensar a mesma com a imagem do grupo alemão.

A fusão anunciada nesta quarta-feira (14) é o capítulo mais recente de um processo crescente de concentração na indústria química. Com os preços reduzidos das matérias-primas, as americanas Dow Chemical e DuPont também anunciaram uma fusão, um matrimônio que a Comissão Europeia está examinando atualmente. Ao mesmo tempo, a chinesa ChemChina deseja comprar a suíça Syngenta, que por algum tempo foi cortejada pela Monsanto.

A expectativa é de que a união entre Bayer e Monsanto, que os dois grupos esperam concluir até 2017, aumente o lucro operacional para algo ao redor de Us$1,5 bilhão após três anos.

(Informações da AFP)

 

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