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Privatização da Eletrobras abre caminho para investidores chineses, diz Les Echos

O diário econômico Les Echos traz matéria nesta edição de quinta-feira (24) sobre a privatização da Eletrobras. Com o título "privatização à vista para a Eletrobras, a EDF brasileira", Les Echos explica aos franceses que a estatal brasileira seria o equivalente à EDF, a companhia de Energia do país, destacando que "o Estado brasileiro não participará do aumento de capital da Eletrobras, tornando-se sócio minoritário".

A barragem de Itaipu, coadministrada com o Paraguai, é uma das hidrelétricas da Eletrobras.
A barragem de Itaipu, coadministrada com o Paraguai, é uma das hidrelétricas da Eletrobras. Alexandre Marchetti /ItaipuBinacional
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O correspondente do diário Les Echos no Rio de Janeiro, Thierry Ogier, cita o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Junior, logo no início da matéria: "Não há tempo a perder", a companhia energética brasileira é hoje controlada em 63% pelo Estado, "diretamente ou indiretamente". "Ao invés de uma venda integral, o governo brasileiro considera um aumento do capital, ao qual o Estado não participará", escreve o jornal.

A operação, que deverá gerar cerca de € 8 bilhões, deverá ser acertada no primeiro semestre de 2018", publica o diário, explicando as consequências: "No desfecho da transação, investidores privados deteriam o controle da Eletrobras, com exceção de sua filial nuclear e da barragem de Itaipu (coadministrada com o Paraguai)".

Quatorze hidrelétricas poderão ser vendidas e investidores chineses marcarão presença

Les Echos explica ainda que "quatorze centrais hidrelétricas poderiam ser colocadas à venda, assim como dez distribuidoras de energia". "Esta operação poderia abrir caminho para um grande investidor estratégico, associado a investidores privados, para dirigir a maior empresa do setor na América Latina", sublinha Fernando Camargo, especialista em infraestrutura, citado pelo diário econômico.

"As empresas chinesas State Grid e CTG, que entraram com tudo no Brasil no início desta década, seriam muito competitivas", continua o jornal, que completa, ainda citando o especialista: "a francesa Engie estaria em condições de levantar fundos para entrar no jogo".

Supresa e "show pirotécnico" na Bolsa de Valores

Les Echos conta ainda a surpresa da Bolsa de Valores, onde, segundo o periódico, os investidores financeiros "aprovaram o anúncio da privatização", uma operação que provocou "um verdadeiro show pirotécnico na Bolsa de Valores de São Paulo, na terça-feira". "Durante muito tempo intimidados pelo risco político associado a uma sociedade pública, os títulos da Eletrobras subiram 49%", publica o diário.

Para o investidor privado, explica-se que o setor elétrico sofreu perdas de R$ 228 bilhões devido à intervenção do Estado. "Mas o assunto está longe de ser unânime", finaliza Les Echos, explicando que a ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, alertou sobre o risco da perda da segurança energética e de aumentos estratosféricos do preço da eletricidade.

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