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Líbia/Kadafi

Comboio líbio escoltado por militares chega ao Níger

Fontes militares da França e do Níger informaram que um comboio, nas cores líbias, fortemente escoltado por 250 veículos militares e civis, foi visto cruzando a fronteira da Líbia com o Níger na noite desta segunda-feira. O ditador Muammar Kadafi, foragido há mais de uma semana, e seu filho Saif al Islam, estariam tentando chegar ao Burkina Faso, país que ofereceu asilo ao coronel líbio e à sua família.

Combatente anti-Kadafi coloca a bandeira da Líbia em estrada, no último checkpoint antes da cidade de Bani Walid.
Combatente anti-Kadafi coloca a bandeira da Líbia em estrada, no último checkpoint antes da cidade de Bani Walid. Reuters/Youssef Boudlal
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A república de Burkina Faso faz fronteira com o Níger, que por sua vez toca o sul da Líbia. O porta-voz de Muammar Kadafi, Moussa Ibrahim, declarou na noite de ontem ao canal de televisão Arrai TV que Kadafi está em ótimo estado de saúde e "organiza a defesa da Líbia".

Citando informantes touaregs (nômades do deserto), o presidente da comissão de Assuntos Políticos e Internacionais do Conselho Nacional de Transição (CNT) relatou à agência Reuters que caminhões carregando ouro, euros e dólares também atravessaram a fronteira da Líbia para o Níger pela localidade de Djoufra, na noite de segunda-feira, com a ajuda de touaregs de uma tribo nigerina.

O ministro das Relações Exteriores do Níger, Mohamed Bazoum, desmentiu que Kadafi estivesse no comboio proveniente da Líbia. "O comboio não tem as proporções que estão dizendo", disse o ministro.

Autoridades do Burkina Faso declararam não ter sido informadas da chegada de um comboio militar em seu território. "Se os carros atravessarem à nossa fronteira ficaremos sabendo", disseram autoridades locais à agência France Presse. No final de agosto, o ministro de Relações Exteriores burquinense, Djibril Bassoléil, havia dito que Kadafi poderia se exilar no país se esse fosse seu desejo. 

Possível acordo em Bani Walid

Conforme informações divulgadas pelo canal árabe Al Jazeera, as forças do CNT concluíram nesta terça-feira um acordo preliminar para entrar na cidade de Bani Walid, reduto de fiéis ao ditador líbio, situado 150 km a sudeste Trípoli. Pelo acordo, que ainda precisa ser formalizado, os rebeldes tomarão o controle da cidade sem entrar em combates. A rendição de Bani Walid leva a crer que os partidários de Kadafi, escondidos na cidade desde a queda de Trípoli, deixaram a localidade.

O representante do CNT Abdallah Kanchil, que há vários dias vem negociando com os chefes tribais da região a rendição dos kadafistas, declarou esperar que os aliados de Kadafi entreguem as armas, a fim de evitar um banho de sangue. "Nós prometemos não nos vingar e esperamos uma rendição pacífica", afirmou Kanchil.

A transferência do poder para o CNT em Bani Walid é considerada um teste para os rebeldes, que devem provar sua capacidade de vencer as resistências dos chefes tribais locais e pacificar a Líbia após seis meses de guerra civil. Bani Walid é dominada pela tribo dos Warfallas, composta por 1 milhão de membros, a maioria fiel a Kadafi. Os Warfallas representam um sexto da população líbia.

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