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Síria/Crise política

Vice-ministro do Petróleo sírio deixa governo Assad e passa para oposição

O vice-ministro sírio do Petróleo, Abdo Hussamedine, anunciou na noite de ontem sua demissão e disse que vai se juntar à oposição que pede a saída do presidente Bashar al-Assad. Hussamedine é o mais alto dirigente sírio a dar as costas ao ditador, desde o início da violenta repressão dos protestos contra o regime, há um ano. Ele anunciou sua decisão em um vídeo postado no YouTube.

O vice-ministro do Petróleo sírio, Abdo Hussamedine.
O vice-ministro do Petróleo sírio, Abdo Hussamedine. Reprodução / Youtube
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Burhan Ghalioun, chefe do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal órgão da oposição a Bashar al-Assad, saudou a decisão do vice-ministro do Petróleo e disse esperar que outras autoridades do alto escalão do governo sigam essa tendência. "Faço um apelo para que todos os membros do governo, funcionários e policiais abandonem o regime e se juntem às tropas da revolução pela liberdade e a dignidade", disse Ghalioun.

Em sua mensagem de demissão, o vice-ministro Abdo Hussameddine, 57 anos, casado e pai de quatro filhos, também incitou seus colegas de governo a abandonar "um barco que está naufragando". "Eu me junto à revolução do povo, que rejeita a injustiça e a campanha violenta do regime, o qual tenta sufocar a aspiração de liberdade e de dignidade dos sírios", diz o ministro no vídeo. Ele acusou a Rússia e a China de "não serem amigas do povo sírio, e sim cúmplices de assassinatos". A Rússia e a China bloqueiam a adoção de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para tirar Bashar al-Assad do poder.

Destacando que serviu o governo sírio durante 33 anos, o vice-ministro afirmou que não deseja terminar a vida pública "a serviço de um regime criminoso".

China faz apelo por ajuda humanitária

A responsável pelas operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, chegou ontem na Síria e foi direto para Homs, símbolo da contestação do poder de al-Assad. Ela constatou que a cidade está "totalmente devastada", nas suas palavras. Somente nesta quarta-feira, mais 27 pessoas morreram em decorrência do conflito.

Em paralelo, nesta manhã, o emissário chinês na Síria pediu ao governo de al-Assad para colocar um fim imediato às violências e ajudar as Nações Unidos a levar ajuda humanitária para Homs e outras cidades atingidas por bombardeios nas últimas semanas. A China reiterou pessoalmente que apoia um diálogo entre a oposição e o regime, mediado pela ONU e a Liga Árabe.

No sábado, o emissário especial da ONU e da Liga, Kofi Annan, chega à Síria para tentar obter um cessar-fogo e uma solução de paz.

 

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