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Africa do sul/mineiros

Mineiros sul-africanos voltam a entrar em confronto com a polícia

A polícia atirou granadas de gás lacrimogênio e fez disparos com balas de borracha para dispersar os mineiros grevistas de uma mina nos subúrbios de Joanesburgo, principal cidade da África do Sul. O incidente acontece três semana depois que 34 mineiros foram mortos pela polícia em manifestações por melhores salários, perto da mina de Marikana. A morte dos mineiros foi o evento mais trágico ocorrido no país desde o fim do Apartheid, em 1994.

Mineiros em greve no último dia 27 de agosto, na mina de Marikana, local do massacre de 16 agosto, onde 34 grevistas morreram
Mineiros em greve no último dia 27 de agosto, na mina de Marikana, local do massacre de 16 agosto, onde 34 grevistas morreram REUTERS/Mike Hutchings
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Em um comunicado, o proprietário da mina, a companhia Modder East, Gold One International Ltd., afirmou que cerca de 60 mineiros iniciaram uma greve, impedindo que a metade dos funcionários tivessem acesso ao locais de trabalho. Segundo a porta-voz da polícia, Pinky Tsinyane, 200 homens armados com barras de ferro tentaram bloquear a entrada da mina de ouro, onde trabalhavam até o mês de junho, quando foram demitidos por causa das manifestações. Após os confrontos com a polícia, quatro pessoas ficaram feridas.

A companhia Gold One explicou que os policiais intervieram para desbloquear o acesso, mas por falta de acordo com os mineiros tiveram que recorrer à força. As greves nas minas da África do Sul se tornaram frequentes nos últimos meses. A mineração é a principal atividade econômica no país, a maior economia do continente africano.

Diante dos conflitos sociais, o cenário se repete em todas as minas: os mineiros lançam uma greve, a justiça declara que o movimento é ilegal, em seguida a direção da companhia demite os grevistas, até que eles sejam recontratados, logo após o fim das manifestações.

Justiça sul-africana libera 47 mineiros

O tribunal da cidade de Pretória decidiu, nesta segunda-feira, liberar 47 mineiros grevistas, presos no último dia 16 de agosto, após o massacre de Marikana, que matou 34 manifestantes. A justiça tinha, surpreendentemente, responsabilizado os 47 mineiros pela morte de seus colegas. " Vocês podem ir", essas foram as palavras do juiz Esau Bodigelo, após afirmar que as acusações contra eles tinham sido retiradas.

Bodigelo suscitou indignação geral quando culpou os 270 grevistas de Marikana pela morte dos próprios companheiros de trabalho. Segundo juristas sul-africanos, Bodigelo, que não explicou sua decisão, teria utilizado uma lei antimotim de 1956, ainda em vigor atualmente, para a condenação dos mineiros. O texto prevê que seja condenado por homicídio todo indivíduo preso no local de uma chacina ou tiroteio, independentemente de serem policiais ou não. Entretanto, até o momento, nenhum policial foi condenado pelos mesmos motivos.

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