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Doha/Síria

Um religioso, um ex-deputado e uma mulher dirigem a oposição síria

A oposição síria conseguiu se unificar sob a liderança do xeque Ahmed Moaz Al-Khatib, um religioso moderado, que terá o apoio na nova direção de dois vice-presidentes, Riad Seif, um ex-deputado, e Suheir Atassi, ativa militante da coordenação do levante contra o presidente Bashar al-Assad. Conheça o perfil desses opositores que poderão ocupar papel de destaque na era pós-Assad.

O ex-deputado Riad Seif (à esq), a oposicionista Suhair al-Atassi, e Ahmad Maaz Al-Khatib, religioso moderado.
O ex-deputado Riad Seif (à esq), a oposicionista Suhair al-Atassi, e Ahmad Maaz Al-Khatib, religioso moderado. REUTERS/Mohammed Dabbous
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O xeque Ahmed Moaz Al-Khatib é considerado um homem do consenso. Aos 52 anos, o presidente da coalizão nacional de oposição síria é um religioso moderado que foi por um período iman (orador religioso no islamismo) da mesquita dos Omíadas de Damasco e não pertence a nenhum partido político. Sua independência e proximidade com Riad Seif, principal incentivador da ampliação e unificação da oposição, fizeram de Al-Khatib um candidato de consenso para ocupar a liderança. O religioso se identifica com a corrente do Islã sufista. Ele estudou relações internacionais e diplomacia, não está ligado à Irmandade Muçulmana ou a qualquer força de oposição islâmica. Preso várias vezes em 2012 por ter expressado publicamente o desejo pela queda do regime de Damasco, foi proibido de falar nas mesquitas por ordem das autoridades sírias e precisou se refugiar no Catar. Nativo de Damasco, Al-Khatib foi fundamental na mobilização dos subúrbios da capital, especialmente Duma, muito ativa desde o início das manifestações pacíficas em março de 2011.

Riad Seif, símbolo da Primavera de Damasco de 2001, tem 66 anos, e será um dos dois vice-presidentes da coalizão de oposição. Autodidata e próspero industrial, ele acreditou por muito tempo que podia mudar o regime sírio por dentro. Duas vezes eleito para o Parlamento como independente, em 1994 e 1998, foi preso em setembro de 2001 e condenado a cinco anos de prisão sob a acusação de querer "mudar a Constituição ilegalmente". Sua prisão, juntamente com a de nove outros opositores, marcou o fim da Primavera de Damasco, período de relativa liberdade após a ascensão ao poder de Bashar al-Assad, em junho de 2000. Faz parte dos 12 opositores que assinaram a "Declaração de Damasco", que apela para uma mudança democrática na Síria. Por seus ataques contra o regime e sua luta contra a corrupção, foi pressionado assim como seus colegas. Seif diz ter sido arruinado por uma tributação injusta. A partir de janeiro de 2008, cumpriu outra pena de dois anos e meio de prisão por exigir democracia em seu país. Em maio de 2011, após o início da contestação, Seif voltou a ser preso por participar de uma manifestação proibida, sendo liberado uma semana mais tarde, devido a problemas de saúde.

Suheir Atassi, 41 anos, é uma das fundadoras da rede militante "Comissão Geral da Revolução Síria (CGRS)", que registra as ofensivas do Exército sírio e as vítimas da violência para alertar os meios de comunicação internacionais sobre o que está acontecendo na Síria. Ela propõe que a voz dos militantes no terreno seja ouvida no exterior. Essa mulher elegante, membro de uma família de opositores sunitas de Homs, a "capital da revolução" no centro da Síria, participou no que tem sido chamado de "Primavera de Damasco". Suhair Atassi organizou um famoso centro de debates na capital, onde todos os lados podiam discutir a democracia. Ameaçada de morte, esta mulher de personalidade forte, muita ativa no interior da Síria, onde passou sete meses na clandestinidade, viajou para a França no final de 2011 para recuperar a liberdade de movimento. Ela será a segunda vice-presidente da coalizão de oposição.

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