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Imprensa/ mortes

Aumento de mortes de jornalistas brasileiros preocupa ONG

A guerra civil na Síria, as milícias na Somália e os ataques talibãs no Opaquistão fizeram de 2012 o ano mais violento para jornalistas desde 1990, de acordo com um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês). No total, 67 profissionais de imprensa foram assassinados neste ano, quatro deles no Brasil.

No total, 67 jornalistas perderam a vida no exercício da profissão, em 2012.
No total, 67 jornalistas perderam a vida no exercício da profissão, em 2012. REUTERS/Charles Platiau
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O documento aponta uma preocupante alta dos casos de jornalistas mortos de forma violenta no Brasil, que registrou este ano 4 mortes, seu maior número em mais de uma década. "O Brasil, que historicamente já foi um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo, foi cenário de poucas mortes de jornalistas entre 2005 e 2010. O recente aumento é particularmente alarmante para os jornalistas brasileiros", afirma o CPJ.

Nos últimos dois anos, foram registrados sete assassinatos de jornalistas no Brasil, e o CPJ "investiga outras quatro mortes durante esse período para determinar o motivo das mortes", informa o texto.

Em todo o mundo, o número de 67 jornalistas mortos este ano se aproxima do recorde de 2009, quando o CPJ confirmou 74 assassinatos, quase a metade deles em um massacre na província de Maguindanao, nas Filipinas. O CPJ coleta essas estatísticas desde 1992.

"A guerra civil da Síria, um número recorde de assassinatos na Somália, a incessante violência no Paquistão e a preocupante alta nos casos de jornalistas brasileiros assassinados contribuíram para um aumento de 42% nas mortes de jornalistas" em relação a 2011, disse o CPJ, com sede em Nova York.

Em 2011, 46 jornalistas tinham sido assassinados, uma cifra que já representava o dobro de 2010. O CPJ indicou que ainda investiga "as mortes de outros 30 jornalistas em 2012, com a finalidade de determinar se estiveram relacionadas com o trabalho jornalístico".

A Síria foi o país que fez mais vítimas em 2012, já que "28 repórteres morreram em combate ou foram vítimas de assassinato nas mãos de forças governamentais ou opositoras", de acordo com o CPJ. Entre as vítimas, quatro eram estrangeiras: dois franceses, uma americana e uma japonesa.

Na América Latina foram registrados no total sete assassinatos de jornalistas: além dos quatro no Brasil, um no México, um no Equador e um na Colômbia.

No caso do México, onde o crime organizado representa um alto risco para a imprensa, o CPJ confirmou um assassinato, mas explicou que continua investigando cinco mortes de repórteres neste ano. "A falta de uma investigação adequada pelas autoridades mexicanas em muitos casos, torna extremamente difícil para o CPJ determinar o motivo", denunciou a ONG.

Na Colômbia, o CPJ documentou o assassinato do repórter independente Guillermo Quiroz Delgado, que "morreu após ser hospitalizado por ferimentos sofridos quando foi preso pela polícia enquanto cobria um protesto". No Equador, o comitê confirmou o assassinato do fotógrafo independente Byron Baldeón, cujo caso é o segundo em 20 anos e o primeiro desde 1995 nesse país.

Um dos maiores destaques deste ano é que foi registrada uma quantidade recorde de jornalistas assassinados que trabalham sozinhos através da internet (um terço do total, contra 20% em 2011).

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