Mais de 50 países querem acionar a Síria no TPI
A Suíça deve enviar ao Conselho de Segurança da ONU ainda nesta segunda-feira uma petição assinada por 52 países na qual defende que o Tribunal Penal Internacional (TPI) seja acionado para investigar e julgar os crimes cometidos durante os quase dois anos de conflito no país.
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O chefe da diplomacia suíça, Didier Burkhalter, declarou em uma entrevista à televisão que é preciso que a justiça internacional trate da questão síria. “Crimes de guerra graves estão em andamento na Síria. Temos que fazer [o possível] para que eles não fiquem impunes”. O chanceler suíço afirmou ainda que caberá à ONU decidir sobre o assunto.
A Síria não é signatária da criação do Tribunal Penal Internacional. Para que a corte seja estabelecida, é preciso uma intervenção do Conselho de Segurança da ONU. Alguns países, porém, afirmam que, se o órgão for acionado, o presidente sírio Bashar Al-Assad pode insistir ainda mais em permanecer no poder.
Em uma carta conjunta assinada pela Áustria, pela Dinamarca, pela Irlanda e pela Eslovênia, esses países europeus defendem a intervenção do TPI. “Crimes horríveis foram cometidos no conflito sírio, mas não houve nenhuma consequência para os autores”. Desde o começo do conflito, 60 mil pessoas já morreram e pelos 600 mil sírios estão refugiados em países vizinhos.
Paralelamente, a ONU continua a tentar uma ofensiva diplomática. A imprensa síria controlada pelo governo, porém, não poupa críticas ao emissário internacional Lakhdar Brahimi que foi chamado de um "turista idoso" e que não tem nada a oferecer.
A segunda-feira voltou a a ser sangrenta na Síria. Oito crianças, com idade entre nove meses a 14 anos, e cinco mulheres foram mortas em bombardeios de aviação em Mouadamiyat al-Sham, sudoeste da cidade de Damasco de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
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