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China/África

Em visita à Tanzânia, presidente chinês pede respeito à dignidade dos africanos

O presidente chinês Xi Jinping prometeu nesta segunda-feira reforçar as relações entre seu país e a África, que já estão em plena expansão, e incitou o resto do mundo a seguir o exemplo da China e respeitar "a independência e a dignidade" desse continente. Em seu primeiro discurso pronunciado em solo africano desde que se tornou presidente, ele avaliou que a "amizade sincera" que une a China e a África se baseia em uma relação de igual para igual.

O presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, recebeu nesta segunda-feira, 25 de março de 2013, o novo líder chinês, Xi Jinping.
O presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, recebeu nesta segunda-feira, 25 de março de 2013, o novo líder chinês, Xi Jinping. Kwa hisani ya Ikulu ya Tanzania
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"Nenhuma das partes tenta impor seu ponto de vista à outra", disse o presidente chinês em Dar es Salam, a capital econômia da Tanzânia, primeira etapa de uma visita de oito dias na África. Ele disse que o resto do mundo deve fazer a mesma coisa: "A África pertence aos africanos. Ao desenvolver suas relações com a África, todos os países deveriam respeitar a dignidade e a independência da África", declarou Xi Jinping sob os aplausos entusiastas da audiência.

"A China insiste na igualdade entre os países, qualquer que seja o tamanho deles, sua força e sua riqueza. A China defende a justiça, e se opõe à prática do grande pressionando o pequeno, do forte dominando o fraco, e do rico oprimindo o pobre", acrescentou ele.

O presidente chinês parte ainda nesta segunda-feira para a África do Sul, onde participa nesta terça e quarta-feira em Durban da 5ª Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Segundo especialistas, a escolha da África, logo após a Rússia, para a primeira visita ao exterior do novo presidente chinês ilustra a importância que a China dá ao desenvolvimento de suas relações econômicas e políticas com esse continente.

Xi Jinping garantiu que essas relações "imas se intensificar e não se enfraquecer" durante a sua presidência, e lembrou que as trocas comerciais entre os dois parceiros chegaram no ano passado a US$ 200 bilhões. Desde 2009 a China é o principal parceiro comercial da África.

"A China vai continuar a expandir seus investimentos e prosseguir sua cooperação com a África, conforme seu compromisso de fornecer US$ 20 milhões em créditos aos países africanos entre 2013 e 2015", disse ainda Xi Jinping.

O chefe de Estado da Tanzânia, Jakaya Kikwete, reconheceu por sua vez que "o temor da China persite em certos países apesar do fim da guerra fria", mas que os tanzanianos preferem confiar no próprio julgamento, "baseado no interesse nacional do país" para desenvolver as relações com Pequim.

De acordo com analistas, a escolha da Tanzânia como primeira parada na África visa sublinhar a dimensão histórica da cooperação sino-africana. Kikwete lembrou assim que os dois países estabeleceram relações diplomáticas desde 1965, durante o governo do primeiro presidente da Tanzânia independente, Julius Nyerere, promotor de um "socialismo à maneira africana".

A China tem interesses econômicos consideráveis na Tanzânia, sobretudo no setor da mineração. Mas fio também lá que ela realizou, nos anos 70, o que até hoje é considerado o maior projeto de ajuda chinesa na África: uma linha ferroviária que liga o país à Zâmbia.

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