Ofensiva na Síria pode ser evitada se regime entregar arsenal químico, diz Kerry
O secretário de Estado americano John Kerry, que está em Londres, disse que Bashar al-Assad poderia evitar uma ação militar se ele entregasse todo seu arsenal químico à comunidade internacional dentro de uma semana. Ele também insistiu que a solução no país é militar, não política.
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Durante sua estadia em Londres, John Kerry disse que o controle das armas químicas estava limitado ao presidente sírio, a seu irmão Maher, chefe da guarda republicana, e a um outro general.
Questionado por um jornalista sobre o que o presidente sírio poderia fazer para evitar uma ação militar, ele sugeriu que Bashar al-Assad entregasse seu arsenal químico à comunidade internacional, sem atraso e sem uma verificação de todo o conteúdo. Mas em seguida o próprio Kerry declarou que isso seria “impossível.”
Sobre o ataque químico, ele lembrou que o regime de Bashar al-Assad deu ordens aos altos responsáveis das forças armadas, que autorizaram o uso do gás sarin contra a população. A conversa interceptada pelos serviços secretos americanos mostra um militar do alto escalão dando instruções para preparar o ataque.
Kerry está em campanha na Europa para obter apoio dos países do bloco para uma possível intervenção.
Depois de se reunir com o secretário do exterior William Hague hoje, ele declarou que a solução para o conflito sírio era política, e não militar, mas não agir era "mais arriscado." Daí a necessidade de punir o regime de Bashar al-Assad.
“A solução passará por um retorno à mesa de negociações, se conseguirmos ir para mesa de negociações”, comentou.
O Reino Unido prometeu todo o apoio diplomático à uma ofensiva americana, já que o Parlamento britânico vetou uma participação direta na intervenção.
Com o respaldo do relatório da ONU, o governo de Londres teria a possibilidade de reverter a votação que impediu a participação dos militares do Reino Unido na operação militar.
Hague não descarta completamente a possibilidade, mas diz que isso só poderia ocorrer se a oposição trabalhista se comprometesse em aprovar a moção.
O problema é que a população britânica está contra os eventuais bombardeios. As últimas pesquisas de opinião apontam que 69% dos entrevistados não querem que o Reino Unido participe da operação.
Os dois têm se encontrado regularmente nos últimos meses para discutir o processo de paz com Israel. Os detalhes da reunião não foram divulgados.
Colaborou Ulisses Neto, correspondente da RFI em Londres
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