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Síria/Conflito

EUA vão destruir armas químicas sírias no mar, segundo OIAC

Os Estados Unidos vão destruir uma parte do arsenal químico sírio, incluindo os produtos químicos mais perigosos, em um de seus navios. O anúncio foi feito neste sábado pela OIAC (Organização para a proibição das armas químicas).

A destruição do arsenal químico sírio impõe desafios logísticos para a Organização para a proibição de armas químicas.
A destruição do arsenal químico sírio impõe desafios logísticos para a Organização para a proibição de armas químicas. REUTERS/Arben Celi
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"O diretor geral (da OIAC) indicou que as operações de neutralização (das armas químicas) seriam conduzidas no mar em um navio dos Estados Unidos utilizando a técnica da hidrólise", informou a OIAC em um comunicado.

"Um navio está atualmente sendo adaptado para poder conduzir as operações e abrigar as operações de verificação da OIAC", acrescentou a organização, que preferiu não revelar o nome do navio.

As armas sírias mais perigosas devem ser transportadas para fora do país antes de 31 de dezembro, segundo os termos de um acordo do conselho executivo da OIAC concluído em meados de novembro.

A chefe da missão comum da ONU e da OIAC na Síria, Sigrid Kaag, enfatizou diante de jornalistas em Damasco que "devido às atuais condições de segurança devemos prever planos de emergência e planos para reduzir os riscos".

Apesar do consenso sobre a destruição do arsenal químico sírio fora da Síria, nenhum país aceitou que a operação seja feita em seu território.

"Os agentes químicos selados chegarão de diversos lugares a Lattakia (na costa síria) e serão em seguida transportados em navios pertencentes a outros país-membros que os levarão ao navio americano", disse Sigrid Kaag, enfantizando que "a embarcação não ancoraria em águas sírias".

No navio, os agentes químicos serão tratados graças à técnica da hidrólise, que permite a decomposição química de uma substância por meio da água, fazendo com que novas moléculas apareçam.

O gás mostarda é um dos produtos que podem ser tratado dessa maneira. Mas outras armas químicas, como o gás sarin, são destruídas mais facilmente por incineração.

Depois desse procedimento de hidrólise, "o que restar sejá destruído em vários países por meio de empresas que podem aproveitar comercialmente os dejetos que subsistirão", declarou ainda Sigrid Kaag.

A destruição das armas deve ser terminada até meados de 2014, mas a destruição dos dejetos tem um prazo até 30 de dezembro de 2014.

A OIAC havia lançado em meados de novembro um apelo às empresas privadas para destruit esses dejetos, assim como outras partes do arsenal químico sírio, incluindo agentes químicos menos perigosos. Cerca de 35 empresas se declararam interessadas. As candidaturas serão avaliadas pela OIAC.

A Síria, que está cooperando com a entidade e que recebeu uma missão comum da OIAC e da ONU composta por inspetores e dirigida por Sigrid Kaag, declarou possuir 1.290 toneladas de armas químicas, precursores ou ingredientes.

A maioria das outras armas químicas e dos precursores que entram na composição dos produtos tóxicos, com exceção do isopropanol que pode servir para fabricar o gás sarin, devem ser retirados do país até o dia 5 de fevereiro.

As instalações de produção declaradas pelo regime serão destruídas entre 15 de dezembro e 15 de março de 2014, segundo a organização.

O plano de destruição do arsenal químico sírio resulta de um acordo russo-americano que permitiu evitar ataques militares americanos à Síria, após ataques químicos mortais em agosto que Washington atribui ao regime do presidente Bashar al-Assad.

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