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Militar/Relatório

Até 2050, China se tornará potência militar comparável aos Estados Unidos

A China segue com sua corrida armamentista e até 2050 poderá rivalizar com os Estados Unidos no plano militar, afirma o relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) publicado nesta quarta-feira (5). O estudo foi realizado para avaliar o equilíbrio de forças no mundo.  

Porta-aviões americano Nimitz.
Porta-aviões americano Nimitz. REUTERS/Edgar Su/Files
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O documento confirma a “dominação arrasadora” dos Estados Unidos, campeão mundial de despesas militares em 2013 com valores que ultrapassaram 600 bilhões de dólares. Mas o estudo do IISS confirma uma tendência marcante nos últimos anos: a subida da China no ranking mundial de investimentos em armamento.

Pequim já é responsável pelo segundo maior orçamento militar do planeta com gastos equivalentes a 112 bilhões de dólares. E, de acordo com o estudo, a China poderá se igualar aos Estados Unidos em despesas militares em seu orçamento até 2030, e no plano operacional até 2050.

“Os Estados Unidos continuam como potência mundial predominante e os únicos com meios de se deslocar com eficiência em diversas frentes”, destacam os especialistas do Instituto baseado em Londres. A China vai contar certamente com 3 porta-aviões até os próximos dez anos enquanto os Estados Unidos já têm 11, de propulsão nuclear, estimam os pesquisadores.

“Mas a China tem um programa de desenvolvimento que prevê rivalizar com a potência americana até 2050”, afirma Christian Le Mière, especialista de força naval e segurança marítima do Instituto.

Corrida perigosa

Estas projeções, no entanto, continuam “incertas” e condicionadas à manutenção de uma estabilidade interna e de um crescimento econômico forte do país, de “cerca de 10%”, alerta o IISS.

A China já gasta três vezes mais do que outro gigante asiático, a Índia, e mais que os seguintes vizinhos juntos: Japão, Coréia do Sul, Taiwan e Vietnã.

O avanço da China, que já ultrapassa a Rússia (68,2 milhões de dólares) e a Arábia Saudita (59,6 bilhões de dólares), estimula a corrida armamentista de todo o continente asiático, estimam os especialistas. Entre 2010 e 2013, a região registrou um aumento de investimentos militares de 11,6% (descontando a inflação), segundo o Instituto.

Na Europa, a crise e os programas de austeridade em diversos países, levaram a uma redução de gastos militares de 2,5% no mesmo período. O recuo é ilustrado pelo Reino Unido que figura no 5° lugar à frente da França.

Em seu relatório, o Instituto do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos revela uma preocupação com o avanço contínuo dos gastos dos países asiáticos e alerta para o risco de uma “escalada”.

O temor é justificado por tensões como nas relações entre China e Japão pela disputa de um arquipélago no Mar da China Oriental. As ilhas Senkaku, controladas pelos japoneses, são reivindicadas pelos chineses que as chamam de Diaoyu. “Conflitos territoriais, e principalmente marítimos, certamente são um catalisador da corrida armamentista na Ásia”, afirma Le Mière.

A Coréia do Norte é outro motivo de preocupação do Instituto. Apesar de que o estado precário da aviação norte-coreana não permita o lançamento de uma bomba nuclear sobre o Japão ou a Coréia do Sul, os especialistas não descartam uma missão nuclear suicida de Pyongyang com a ajuda de um submarino.

 

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