Costa Rica terá primeiro presidente social-democrata da história
Pela primeira vez em mais de 50 anos, a Costa Rica terá um presidente que não pertence às duas correntes políticas tradicionais de direita, o Partido de Liberação Nacional e o Partido da Unidade Social Cristã. O social-democrata Luis Guillermo Solis do Partido da Ação Cidadã foi eleito neste fim de semana com quase 80% dos votos.
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A vitória no primeiro turno, com 30% dos votos já tinha sido uma surpresa. Mas ainda mais surpreendente foi a decisão de seu adversário Johnny Araya, do PLN, de não disputar o segundo turno, com medo de uma derrota devastadora, como previam as pesquisas de opinião no início de março. Ele saiu do páreo e deixou uma via aberta para a vitória do professor universitário Solis, de 55 anos.
Apesar de elogiar a vontade de mudança expressa pelo povo da Costa Rica nas eleições, Solis lamentou a desistência do adversário que, de acordo com ele, enfraquece a democracia. Sinal deste enfraquecimento foi a abstenção recorde de 43,2% no pleito. Mesmo assim, mais de 1 milhão dos 3 milhões de costarriquenhos consagrou seu voto ao social-democrata.
Luis Guillermo Solis pertencia ao PLN, mas deixou o partido depois dos dois governos consecutivos de Araya, que elevaram o déficit fiscal em quase 6% e alavancaram a dívida pública a quase 70% do PIB. Para Solis, fruto de uma virada neoliberal que fez a sigla perder sua identidade e sucateou a educação e a saúde.
Apesar da ampla vitória, o novo presidente terá pela frente o desafio de governar com um congresso ainda dominado pelo PLN, que detém 18 das 57 cadeiras, contra 13 do PAC.
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