Diante de violências, China suspende acordos comerciais com o Vietnã
A China anunciou neste domingo (18) a suspensão de vários programas de comércio com o Vietnã, depois de dias de ataques à população chinesa no país vizinho. Os tumultos já resultaram na morte de dois chineses. No sábado, cerca de 3 mil expatriados deixaram o Vietnã devido à tensão.
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As hostilidades “assombram a atmosfera e as condições para o comércio e a cooperação entre a China e o Vietnã”, declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Pequim. “Nós suspendemos a partir de hoje a nossa parte nos programas de comércio bilateral.”
Ao menos 3 mil chineses abandonaram o Vietnã neste sábado, após protestos violentos da população local ligados à presença de uma plataforma petroleira chinesa em águas disputadas pelos dois países. "Voltaram à China com a assistência da embaixada do Vietnã", informou a agência Xinhua, citando a chancelaria chinesa.
Grupos civis vietnamitas advertiram ontem para a retomada dos protestos contra a China, após diversos incidentes no início da semana, que mataram dois trabalhadores chineses e deixaram mais de 100 feridos. As autoridades em Hanói afirmaram que não permitirão qualquer outro incidente contra a comunidade chinesa no país.
Maior tensão em décadas
No início da semana, Pequim alertou seus cidadãos para que evitem viagens ao Vietnã, diante das piores manifestações contra a China em décadas. Trabalhadores vietnamitas protestaram em 22 das 63 províncias do país, atacando principalmente fábricas cujos proprietários são chineses.
A tensão entre China e Vietnã aumentou depois que Pequim instalou uma plataforma de perfuração em uma zona do Mar da China meridional, região disputada pelos dois países. Pequim e Hanói possuem uma rivalidade histórica, principalmente em relação às ilhas Paracel e Spratly.
As ilhas motivaram batalhas navais entre as duas nações em 1974 e 1988, e confrontos na fronteira que deixaram dezenas de milhares de mortos em 1979.
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