Boko Haram sequestra mais 60 mulheres no nordeste da Nigéria
O grupo terrorista islâmico Boko Haram é suspeito de ter sequestrado mais 60 mulheres no nordeste da Nigéria e ter matado pelo menos 30 pessoas em vilarejos da região. A informação foi confirmada nesta terça-feira (24) pelas autoridades nigerianas. A imprensa local evoca o rapto de 30 meninos, além das mulheres.
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As mortes e raptos aconteceram na semana passada, em diversos ataques do grupo radical islâmico a localidades do estado de Borno. O chefe do vilarejo de Kummabza declarou que entre as mulheres sequestradas havia crianças com idades de 3 a 12 anos. O chefe de uma milícia local, Aji Khalil, confirmou o rapto das 60 mulheres "pelos terroristas do Boko Haram". Mas o senador de Borno Ali Nduma disse não ter informações precisas sobre o número de vítimas.
Um outro habitante que conseguiu se refugiar em Maiduguri, a capital estadual, relatou que os ataques do Boko Haram se estenderam por quatro dias. Durante as ações, os rebeldes islâmicos mataram pelo menos 30 homens e ainda mantiveram os moradores do vilarejo como reféns durante três dias.
Uma autoridade de Damboa revelou que os rebeldes destruíram o vilarejo. "Alguns sobreviventes com dificuldades de locomoção, na maioria mulheres e idosos, caminharam até 25 quilômetro para fugir da fúria dos extremistas islâmicos, enquanto outros conseguiram se refugiar no estado vizinho de Adamawa", explicou o nigeriano.
Segundo o senador Ndume, o vilarejo de Kummabza fica pouco povoado durante a estação das chuvas. A população jovem costuma deixar o local para áreas com menor risco de inundações. Nesse período do ano, o Exército não protege a região.
Chamar a atenção
Há vários anos, o grupo Boko Haram promove atentados em vilarejos do norte da Nigéria e sequestra mulheres. Em abril, o grupo chocou o mundo ao raptar de uma única vez cerca de 280 estudantes de um internato católico da localidade de Chibok. Pelas contas da polícia, 219 jovens permanecem no cativeiro.
Segundo o especialista sul-africano em segurança Ryan Cummings, o rapto de mais 60 mulheres pode ser uma estratégia do Boko Haram para chamar a atenção da comunidade internacional sobre as estudantes de Chibok e retomar as negociações com o governo nigeriano. No final de maio, as autoridades recusaram uma proposta de troca das estudantes por prisioneiros do grupo.
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