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Síria

Guerra civil já matou 300 médicos na Síria

A União das Organizações Sírias de Socorro Médico (UOSSM) está alarmada com o reaparecimento de doenças que estavam erradicadas na Síria. A entidade, que conta com o apoio do governo francês, denunciou nesta terça-feira (6), em Paris, a falta de profissionais para dar atendimento à população e a escassez de medicamentos. Em quase quatro anos de conflito armado, trezentos médicos morreram, vítimas colaterais dos combates. 

Combates na região de Aleppo. 5 de janeiro de 2015.
Combates na região de Aleppo. 5 de janeiro de 2015. REUTERS/Abdalghne Karoof
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Após quase quatro anos de conflito armado, a Síria enfrenta uma situação "insuportável e catastrófica", relatou o médico Ubaida Al Mufti, da UOSSM, durante uma coletiva de imprensa na sede do Ministério das Relações Exteriores francês. Ele disse que várias regiões estão abandonadas sem médicos ou enfermeiros.

Doenças que estavam erradicadas, entre elas a poliomielite, tuberculose, sarna e febre tifoide, reapareceram no país pelas condições sanitárias resultantes dos bombardeios. De acordo com Al Mufti, atualmente 80% dos partos são feitos em casa, e as crianças não são mais vacinadas.

ONGs internacionais deixam a Síria

Em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, existem atualmente 30 médicos para 360 mil habitantes. Dos cinco hospitais em funcionamento, três atendem feridos de guerra e doentes de forma precária.

A região é controlada pelos rebeldes e sofre com problemas de abastecimento pelo bloqueio das forças leais ao presidente Bashar al-Assad. O exército sírio também usa esta tática, destinada a enfraquecer os insurgentes, em Guta Oriental, subúrbio da periferia de Damasco. Nessas cidades, os civis ficam isolados, sem acesso a comida e remédios.

Segundo a UOSSM, nas zonas controladas pelos rebeldes do grupo extremista Estado Islâmico (EI), os médicos ainda conseguem trabalhar, mas não contam com o apoio das ONGs internacionais, que abandonaram o país com medo dos sequestros.

Em Raqa (norte), bastião do EI onde vivem 1,6 milhão de pessoas, faltam obstetras e o atendimento em ginecologia e pediatria é extremamente limitado.

A UOSSM possui 300 postos de saúde e 12 dispensários em todo o território sírio. Os médicos da organização tentam atuar em todas as regiões, sem levar em consideração o grupo que controla a área. "Somos neutros, mas sofremos com a violência e não temos garantia de nada", disse Al Mufti.

O conflito, que completará quatro anos em março, matou mais de 200 mil pessoas e deixou 6,5 milhões de refugiados.

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